No último teste de preparação antes das eliminatórias europeias, o SC Braga venceu o Celta de Vigo (3-1) no jogo de apresentação à massa associativa, no Estádio Municipal de Braga. Além da vitória, a turma bracarense mostrou maturidade e processos interessantes para a fase - ainda - embrionária da época.

Zalazar - a jogar como ala esquerdo - foi a figura de um jogo em que ainda existiu muita rotatividade nos jogadores utilizados. Sandro Vidigal, Diego Rodrigues e Lagerbielke também mostraram bons sinais para o futuro da equipa arsenalista.

Os destaques...

Zalazar: Foi o melhor em campo. Começou a jogada do primeiro golo, marcou o segundo e ainda podia ter assistido para um terceiro. A jogar quase como um ala esquerdo no 3-5-2 de Vicens, deu uma boa dinâmica a jogar da linha para dentro. O camisola 10 é uma das referências da equipa bracarense e, estando bem, é uma peça fulcral para o sucesso do clube.

Gorby: Formou um trio no meio-campo com Moutinho e Vítor Carvalho. Com o brasileiro como pêndulo mais defensivo e Moutinho como organizador desde trás, Gorby ficou encarregue de ser o médio com mais chegada à frente. Nesse papel conseguiu fazer um belo golo com entrada na área, depois de uma tabela com Fran Navarro.

Paulo Oliveira: Jogar ao centro da defesa a três esconde muitas das suas debilidades. Paulo Oliveira foi muito competente no capítulo defensivo e mostrou calma e qualidade na construção sempre apoiada do SC Braga. Não estando tão exposto permite que tenha mais confiança para demonstrar a sua experiência dentro das quatro linhas.

Os reforços:

Gustaf Lagerbielke: Rubricou uma boa exibição. Mostrou atributos na construção e em condução, não tendo sido testado muitas vezes em tarefas defensivas. Calmo e seguro, pode assumir-se como uma das referências defensivas dos arsenalistas.

Alaa Bellaarouch: Sofreu o golo do Celta, mas não foi obrigado a nenhuma defesa. Deixou um pouco a desejar no jogo com os pés. Só teve direito a meia hora de jogo.

Dorgeles: Mostrou ser refinado no tratamento da bola. Com qualidade técnica e um excelente pé esquerdo, jogou como ala direito - posição que não é a sua de formação. Exibiu-se bem e pode ocupar o lugar enquanto Victor Gomez está lesionado. Demonstrou argumentos para ser uma das revelações deste campeonato.

Lelo: Foi o lateral esquerdo da segunda parte, funcionando muitas vezes como terceiro central (4-4-2 que se desdobrava para um 3-5-2). O golo entrou pelo seu lado - muita culpa para Sandro Vidigal - mas não teve muito trabalho durante todo o jogo.

Os miúdos...

Yanis da Rocha: Jogou o segundo tempo como médio mais defensivo, responsável pela construção. Demonstrou classe a sair de espaços curtos e batalhou muito no meio campo bracarense. Não fez uma exibição de encher o olho mas foi muito competente.

Nuno Matos: Outra exibição competente. O jovem defesa - jogou como central - demonstrou personalidade com bola mas não foi tantas vezes testado no capitulo defensivo para perceber os seus atributos. Não é muito alto nem muito forte mas mostrou-se inteligente a ler o jogo.

Diego Rodrigues: Marcou o golo da noite: puxou a culatra atrás e atirou um míssil a 35/40 metros da baliza. Diego já não é um desconhecido - excelente exibição na Luz no ano passado - e pode afirmar-se como um jogador importante neste SC Braga de Vicens, que parece não ter medo de lançar os jovens.

Sandro Vidigal: Foi o mais agitador da segunda parte. O jovem extremo de 17 anos jogou pela direita e pela esquerda em 4-4-2 e demostrou audácia e ambição. Foi para cima dos adversários, acelerou no um contra um e tentou ser o espalha brasas da equipa bracarense. A definição não foi a melhor mas com certeza irá evoluir.