"Pela primeira vez em 26 anos, desde que a Bandeira Azul é atribuída, o concelho de Caminha tem todas as praias com bandeira azul. No ano passado tínhamos a praia do Forte do Cão, de Moledo, e da Foz do Minho. Agora recuperámos a Bandeira de Vila Praia de Âncora, perdida desde há quatro anos", sustentou o socialista Miguel Alves.

Miguel Alves adiantou que "é uma excelente notícia" para o concelho apesar de referiu que "muitos não acreditavam" que fosse possível reconquistar a distinção, sendo que "nos últimos anos até tinham desistido de candidatar Vila Praia de Âncora", ao galardão atribuído pela Associação Bandeira Azul da Europa.

"Este executivo sempre acreditou e aí está a confirmação", frisou.

Em março último começou a segunda fase das obras de recuperação da duna dos Caldeirões, em Vila Praia de Âncora, num investimento de mais de 400 mil euros.

Na altura, Miguel Alves explicou à Lusa que aquela empreitada visa "o reforço e a proteção dos sistemas dunares e a renaturalização de áreas degradadas da foz do rio Âncora".

As marés vivas que assolaram a costa ocidental portuguesa em janeiro de 2014 destruíram a duna dos Caldeirões com cerca de sete metros de altura e quase 100 metros de comprimento, situada junto ao centro da freguesia de Vila Praia de Âncora, e mudaram a foz do rio Âncora várias centenas de metros para sul.

Antes da última época balnear ficaram concluídos os trabalhos que permitiram devolver o rio à sua foz natural, num investimento de 23 mil euros.

Esta intervenção incluiu a abertura de uma vala até ao mar para escoar as águas estagnadas face à nova foz do rio Âncora, assim como a consolidação das margens.

Já a empreitada que começou em março prevê, segundo na ocasião Miguel Alves, a limpeza de infestantes arbóreas e herbáceas, a recuperação de passadiços, vedações e muros existentes, consolidação da margem esquerda do rio Âncora, junto ao campo de futebol, com recurso a algum enrocamento, a construção esporão fluvial que vai permitir diminuir a força das águas do mar e ainda a construção de uma cortina de estacas de proteção da duna.

A obra, da responsabilidade da sociedade Polis Litoral Norte, não prevê, de acordo com o presidente da Câmara de Caminha, "a reconstrução da duna através da técnica de enrocamento (criação um maciço composto por blocos de rocha compactados) defendida por especialistas em erosão costeira, mas antes uma solução mais amiga do ambiente".

Além de ameaçar várias habitações e um campo de futebol, a destruição da duna, segundo a autarquia de Caminha, representa "vários problemas estruturantes" para o local, como a salinização da área protegida do estuário.

ABYC // JGJ

Lusa/Fim