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“Valorização das carreiras” e “acessibilidade” são prioritárias para os médicos no debate sobre o SNS

Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e Sindicato Independente dos Médicos (SIM) consideraram que são temas essenciais a discutir no debate de hoje sobre o estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS).
médicos
9 Maio 2024, 15h12

O estado do Serviço Nacional de Saúde (SNS) vai a debate esta quinta-feira a pedido do PSD. A esse propósito, o Jornal Económico ouviu a Federação Nacional dos Médicos (FNAM) e o Sindicato Independente dos Médicos (SIM), que consideraram que a questão prioritária na discussão deve residir na valorização das carreiras, bem como na acessibilidade aos serviços de saúde.

“Entendemos que é muito importante que seja abordada a valorização das várias profissões em geral, mas da médica em particular porque, de facto, continuamos a ser poucos médicos no Serviço Nacional de Saúde. Somos 60 mil médicos, mas só metade está no SNS”, disse, ao JE, Joana Bordalo e Sá.

Para a presidente da FNAM, “tem de ser repensada a forma de valorizar a nossa profissão para assegurar cuidados, não só em termos salariais, mas também a revisão séria das condições de trabalho”. “Para a FNAM nunca foi apenas uma questão salarial”, assegurou.

“Acho que isto é prioritário porque, de facto, o SNS é um pilar da democracia, que agora tem 50 anos, e nós continuamos a lutar por isto, por ter um SNS  que seja público, que seja universal, que seja acessível. Isto só se faz com os recursos humanos nos sítios certos”, frisou a dirigente da FNAM.

Além disso existe o problema de acessibilidade aos serviços de saúde. “Em termos de médicos de família, temos 1,7 milhões, talvez um pouco menos, de utentes sem médico de família, temos as consultas de cirurgias atrasadas, temos caos no serviço de urgência”, sublinhou.

Em linha com Joana Bordalo e Sá, o secretário-geral do SIM, Nuno Rodrigues, afirmou que “o grande problema dos portugueses é a falta de acesso, nomeadamente ao SNS”. “Por esse motivo a prioridade, em qualquer debate, deve ser arranjar formas de colmatar este acesso”.

“Temos anos de espera para consultas e cirurgias, temos urgências fechadas, temos urgências a abrir rotativamente”, referiu Nuno Rodrigues.

Como tal, o dirigente do SIM considerou que “a prioridade” na discussão política deve ser a acessibilidade. “Nós reunimos com os partidos antes das eleições e todos eles foram consensuais no diágnostico de que é necessário tomar medidas para resolver estes problemas”.

Recordou ainda que já foram apresentadas propostas “na reunião que tivemos no dia 26 de abril”, acrescentando também as que foram mencionadas junto do ministério da Saúde “para que houvesse mais consultas, mais cirurgias, maior capacidade de resposta por parte dos médicos de família”.

Apesar da acessibilidade ser tema prioritário, Nuno Rodrigues assegurou que “há muito mais a fazer, como é o caso do subfinanciamento do SNS”. “Portugal tem, em termos de equipamentos, muito poucos para o número de exames que os médicos solicitam”, destacou.

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