"A mensagem do papa e a mensagem do Iraque deve ser: não em nome de Abraão, não em nome de Deus, não em nome da religião. O extremismo está a matar", disse Salih num seminário virtual organizado pela norte-americana Brookings Institution, e num momento em que o grupo 'jihadista' Estado Islâmico (EI) incrementou as suas ações.

Nesse sentido, o Presidente iraquiano, de origem curda, assinalou que o encontro entre o papa Francisco e o ayatollah Ali al Sistani, a máxima autoridade religiosa xiita do país, "representará uma profunda afirmação sobre a moderação religiosa".

"Estes terroristas, estes extremistas, estes fanáticos não podem invocar o nome de Deus nem de Abraão", afirmou numa referência ao grupo 'jihadista' que entre 2014 e 2017 conquistou grande parte do território do norte e centro do Iraque, e que apesar da sua derrota militar continua ativo no país.

O responsável iraquiano assegurou que a visita é "muito significativa e histórica", e que todos os iraquianos estão "muito emocionados por verem um primeiro papa no Iraque", em particular na cidade sagrada de xiita de Najaf (sul), um santuário religioso que, segundo Salih, "historicamente levantou a voz em apoio e proteção dos cristãos".

"Os cristãos são uma parte originária da nossa história, da nossa cultura e da nossa terra", disse numa referência a esta minoria religiosa no país árabe, com cerca de 500.00 fiéis na atualidade após as perseguições do EI.

Os cristãos do Iraque são considerados uma das sociedades mais antigas do mundo e conservam importantes tradições ancestrais, como o idioma caldeio, procedente do aramaico, e que ainda hoje é falado pelas famílias cristãs de Nínive.

"A Mesopotâmia é o berço da civilização, o berço das religiões. Necessitamos estar unidos, coexistência pacífica, unidos contra o terror e o extremismo e teremos todos de nos congregar em redor desta mensagem", disse ainda Salih.

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