"Os ataques no centro de Moçambique são uma tentativa de burlar a paz e não há motivos para que isso aconteça ", declarou Filipe Nyusi, em declarações à comunicação social durante a visita que realiza à província de Inhambane, sul de Moçambique.

Em causa estão os ataques armados que já causaram a morte de pelo menos 24 pessoas desde agosto e são atribuídos pelas autoridades a autoproclamada Junta Militar da Renamo, um grupo dissidente do principal partido de oposição dirigido por Mariano Nhongo, antigo líder de guerrilha.

Para Filipe Nyusi, não há motivos que justifiquem a violência armada no centro de Moçambique, tendo em conta que o Governo e a Renamo já alcançaram consensos, com a assinatura do acordo de paz em agosto do último ano.

"Levaremos o processo [ de paz] até ao fim e continuaremos a desenvolver o diálogo, fundamental para não dar espaço à guerra", frisou Filipe Nyusi, observando que a violência armada está perturbar o desenvolvimento que o país ambiciona.

Mais de 500 guerrilheiros da Renamo entregaram as armas no âmbito da Desmobilização, Desarmamento e Reintegração (DDR), no quadro do acordo de paz.

Depois de um arranque simbólico no último ano, o DDR esteve paralisado durante vários meses, tendo sido retomado em 04 de junho deste ano, com a ambição de abranger 5.000 membros do braço armado do maior partido da oposição em Moçambique.

A autoproclamada Junta Militar contesta a liderança do partido e o acordo de paz assinado em agosto do último ano, sendo acusada de protagonizar ataques visando forças de segurança e civis em aldeias e nalguns troços de estrada da região centro do país.

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