Parlamento da Ucrânia vota pela repressão a que foge do recrutamento militar

O Parlamento da Ucrânia votou nesta quinta-feira pela repressão a quem foge do recrutamento militar: o projeto de lei, apoiado pela maioria dos deputados, mas ainda não sancionado pelo presidente Volodymyr Zelensky, inclui o aumento de multas para qualquer pessoa apanhada a tentar evitar a convocação e permite que as autoridades detenham, até três dias, quem fugir do recrutamento militar.

A nova legislação surge na mesma semana em que o Parlamento aprovou um projeto de lei que permite que alguns condenados se alistem no exército e dias antes da entrada em vigor de uma nova lei de mobilização, que reduz a idade mínima para novos recrutas.

A Ucrânia enfrenta uma grave escassez de soldados disponíveis para lutar, mais de dois anos depois de a Rússia ter lançado a sua invasão em grande escala. A nova legislação reflete a crescente preocupação em Kiev e entre os seus aliados sobre a supremacia da Rússia no campo de batalha: os russos estão a obter ganhos pequenos mas constantes no Leste, sendo que Kiev está desesperada para reabastecer os stocks de armas e munições, bem como o número de soldados que pode mobilizar.

Iryna Gerashchenko, deputada do partido Solidariedade Europeia, disse que as multas por evasão ao recrutamento seriam aumentadas para 8.500 hryvnias (218 dólares), em comparação com as anteriores 510 hryvnias (13 dólares). A pena máxima para aqueles que violam repetidamente as regras de mobilização seria aumentada para mais de 5.200 dólares – o salário médio mensal na Ucrânia é de cerca de 560 dólares.

A nova lei de mobilização, que Zelensky assinou, exigirá que todos os homens com idades compreendidas entre os 18 e os 60 anos atualizem os seus dados pessoais nos centros de recrutamento militar, numa tentativa de obter uma avaliação mais precisa dos recursos disponíveis.

O Governo também reduziu a idade de mobilização militar de 27 para 25 anos. Não existe recrutamento para mulheres que possam servir voluntariamente.