"O que se exige de todos os guineenses é maior mobilização e maior determinação. Nós temos tradição na Guiné de que as eleições são de facto uma festa da democracia, mas quando as partes, os participantes sabem respeitar a divisão", afirmou à Lusa Domingos Simões Pereira.

O líder da PAI -- Terra Ranka falava à Lusa momentos antes do início do comício da coligação que encerrou a campanha eleitoral de 21 dias para as legislativas de domingo e que juntou milhares de pessoas no campo Rádio, no Bairro Militar.

"Desta vez, nós tivemos intervenções que não são corretas, não fazem parte deste jogo, o Presidente da República não é chamado a uma eleição legislativa e quando decide entrar e da forma como entrou está a tentar adulterar as regras do jogo e o povo tem de saber responder a isso", afirmou Domingos Simões Pereira, com dezenas de apoiantes femininas a gritar o seu nome.

O também líder do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) referia-se às várias intervenções do chefe de Estado guineense, Umaro Sissoco Embaló, durante a campanha eleitoral, incluindo que não o irá nomear primeiro-ministro caso vença as legislativas.

O PAIGC venceu as eleições legislativas de 2019, mas o antigo Presidente José Mário Vaz também recusou nomear Domingos Simões Pereira primeiro-ministro.

O Presidente também marcou presença durante a campanha eleitoral nos cartazes utilizados pelo Movimento da Alternância Democrática (Madem-G15), partido que está no Governo e ajudou a fundar, o que foi bastante criticado por vários partidos da oposição, incluindo a PAI -- Terra Ranka.

"Penso que os partidos e neste caso concreto o Madem que aceitou esse patrocínio deve ser sancionado, se não for sancionado pelo Supremo Tribunal de Justiça, deve ser sancionado pelo povo, porque o povo deve reconhecer que são partidos que não têm cultura democrática, isto é condenável e isto é muito grave", afirmou Domingos Simões Pereira.

Em relação à campanha eleitoral, o líder da coligação PAI -- Terra Ranka disse que se focalizou no programa que propõe caso seja Governo.

"Nós consumimos os 21 dias de campanha a falar do nosso programa, a convocar os guineenses para o amanhã que queremos construir e nós acreditamos que é isso que os guineenses esperam de nós", afirmou Domingos Simões Pereira.

Os guineenses responderam à chamada da PAI -- Terra Ranka e juntaram-se aos milhares no campo Rádio devidamente trajados e sem dúvidas sobre em quem vão votar no domingo.

"Apoio o PAI pela independência, pela liberdade expressão, por tudo. É PAI de PAIGC", afirmou João Ferreira Júnior, salientando que Domingos Simões Pereira "vai haver escola, vai haver tudo".

Sentada juntamente com outras apoiantes, Maria Isabel Teixeira disse à Lusa que apoia a PAI porque está cansada.

"Estamos mal nesta terra com porrada, fome e tudo", afirmou Maria Isabel Teixeira, que prontamente se levantou quando começou a tocar o hino do PAIGC, cantado pelos apoiantes.

Duas coligação e 20 partidos disputam domingo as sétimas legislativas da Guiné-Bissau.

MSE // NS

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