"Em alguns países onde já estão a ser aplicadas as vacinas, tem-se verificado a ocorrência de manifestações, devido à falta de transparência e de clareza na informação", refere o IMD, em comunicado.

Moçambique tem de aprender dos erros que os outros países estão a cometer na vacinação contra o novo coronavírus, acrescenta a nota de imprensa.

A organização avança ser importante que o processo decorra observando todo o protocolo de segurança aos abrangidos e que seja dada uma espécie de certidão de vacina.

O IMD defende ainda que com a retoma das aulas, os professores devem fazer parte dos grupos-alvos prioritários para tomar a vacina.

"Os profissionais do setor de educação devem subir na lista das prioridades para a vacinação", lê-se na nota de imprensa.

Por outro lado, prossegue, os estudantes que padecem de doenças que aumentam a sua vulnerabilidade em relação à covid-19 também devem merecer atenção especial.

Num contexto em que Moçambique enfrenta uma segunda vaga, o IMD diz ser importante a clarificação das condições em que serão retomadas as aulas, depois de na semana passada o Presidente da República, Filipe Nyusi, ter anunciado o regresso a escola.

A organização defende a pertinência da manutenção das restrições impostas pelo Governo face à pandemia, dada elevada incidência da doença e o início de uma trajetória descendente da mesma.

"Faz todo o sentido manter o essencial das medidas que, de alguma forma, estão a contribuir para o abrandamento dos casos, para preservar estes ganhos", enfatiza o IMD.

O país lançou hoje oficialmente a campanha de vacinação contra a pandemia e o ministro da Saúde, Armindo Tiago, foi o primeiro, em Moçambique, a ser vacinado.

Ainda hoje, Moçambique recebeu mais 484 mil doses de vacina contra a covid-19, no âmbito da iniciativa Covax e das relações de cooperação com a Índia.

Trata-se do segundo lote de vacinas que o país recebe, das quais 384 mil doses são da iniciativa Covax e as restantes 100 mil doadas pelo governo indiano.

O primeiro lote que o país obteve foi da vacina Verocell, fabricada pela farmacêutica chinesa Sinopharm, e que resultou de uma doação, em fevereiro, do Governo de Pequim para Moçambique, no âmbito da cooperação entre os dois estados.

O plano de vacinação lançado hoje está estimado em quase dois mil milhões de meticais (23 milhões de euros) e vai dar prioridade aos profissionais que estão na linha da frente do combate à pandemia.

Moçambique tem um total acumulado de 693 mortes e 62.520 casos, dos quais 74% recuperados e 160 internados (a maioria em Maputo).

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 2.593.872 mortos no mundo, resultantes de mais de 116,7 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

PMA (LYN) // PJA

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