“O Governo [PS] de maioria absoluta, mais do que se confrontar com o PCP ou com outro partido, vai confrontar-se com a realidade. E a realidade é o agravamento das condições de vida e de trabalho das famílias portuguesas”, sustentou Jerónimo de Sousa, no final de uma audiência com o Presidente da República, no Palácio de Belém, em Lisboa.

O secretário-geral do PCP acrescentou que o Orçamento do Estado para 2022 (OE2022) é “quase um decalque, em muitas matérias, do orçamento apresentado há cinco meses”, mas 'deixou cair' propostas como a criação de uma rede pública de creches, um “elemento importantíssimo para os jovens casais que iniciaram a sua vida profissional”.

Jerónimo de Sousa classificou o terceiro executivo de António Costa com um Governo de “mãos limpas” e que fez uma proposta de Orçamento do Estado “mais mitigada” nas respostas que na ótica dos comunistas são necessárias.

“Vai significar inevitavelmente que os portugueses estão seriamente ameaçados de poderem viver pior”, completou o secretário-geral comunista, ladeado pela líder parlamentar, Paula Santos, e pelos dirigentes do partido Margarida Botelho e Paulo Raimundo.

A proposta de Orçamento do Estado para 2022 vai ser discutida na especialidade entre os dias 23 e 25 de maio. O documento volta depois ao plenário para a votação final global, agendada para o dia 27 de maio.