Nuno Melo  tenciona entregar as Forças Armadas “em melhor estado do que as recebeu” e remeteu medidas concretas para aumentar o recrutamento depois de reunir-se com as chefias militares e associações.

“Tenciono, no final, entregar as Forças Armadas em melhor estado do que as recebemos e isso implica tratar de decidir um conjunto de vantagens do ponto de vista da dignificação, melhores condições remuneratórias, concretizadas em muitos outros aspetos que tornem atrativa a carreira militar”, considerou Nuno Melo.

O ministro da Defesa foi ouvido na comissão parlamentar de Defesa, a pedido do Chega e da Iniciativa Liberal, sobre as suas declarações acerca do serviço militar obrigatório como pena alternativa para jovens que cometam pequenos delitos, medida que entretanto Nuno Melo negou ter proposto, tese em que insistiu durante a audição.

Em resposta ao Chega, Nuno Melo adiantou que “há um conjunto de medidas muito importantes que o Ministério da Defesa tem em cima da mesa e sobre as quais está a trabalhar relativamente a múltiplos aspetos que primeiro discutirá com os chefes militares e depois trará aqui”, referindo que “isso vale para a componente de salários e dos diferentes suplementos”.

Ao deputado João Almeida, Nuno Melo frisou que, consigo, “as chefias militares serão sempre parte da discussão”, cabendo-lhe “a parte política tendo em conta as circunstâncias orçamentais”.

“Uma garantia lhe quero dar: para este Governo e para este ministro, as Forças Armadas não são filhos de um deus menor e, por isso, para este Governo, as Forças Armadas e a resolução dos seus problemas são para serem tratadas com toda a dignidade, objeto de medidas políticas que ajudarão a ultrapassar, tanto quanto possível as circunstâncias difíceis que estão identificadas”, sublinhou.

No início da audição, o ministro da Defesa já tinha afirmado que os problemas nas fileiras “estão identificados”, nomeadamente o défice de efetivos, apontando que o anterior executivo socialista deixou o país com 23.230 militares “muito longe dos 32 mil que foi o compromisso assumido e dos 30 mil considerados indispensáveis”.

Nuno Melo garantiu que, para este governo, “as Forças Armadas são uma opção de primeira linha política” e que o executivo tem “como prioridade investir” nas fileiras e “dignificá-las”, assim como aos antigos combatentes.