"O destacamento de forças adicionais da NATO no Kosovo é uma medida prudente para garantir que a Kfor (a força liderada pela Aliança na antiga província sérvia) tem os meios necessários para manter a segurança", disse o almirante Stuart B. Munsch, num comunicado.

Em Zvecan, soldados da força de choque Kfor colocaram uma barreira de metal em redor do edifício da Câmara Municipal, para impedir o acesso de várias centenas de sérvios.

Três viaturas blindadas da polícia do Kosovo - cuja presença ainda desperta a ira da maioria sérvia em quatro localidades do norte do Kosovo - estavam estacionadas em frente à Câmara Municipal.

Os sérvios boicotaram as eleições municipais de abril nessas cidades, o que resultou na eleição de candidatos autarcas albaneses, com menos de 3,5 por cento de participação nas mesas de voto.

Estes autarcas tomaram posse na semana passada, ao abrigo do regime do Governo de Albin Kurti, primeiro-ministro deste território maioritariamente povoado por albaneses, ignorando os apelos de apaziguamento lançados pela União Europeia e pelos Estados Unidos.

A Sérvia -- que é apoiada pelos seus aliados russos e chineses - nunca reconheceu a independência proclamada em 2008 pela sua antiga província, uma década depois de um violento conflito entre forças sérvias e separatistas albaneses.

Os manifestantes exigem a saída dos autarcas albaneses, a quem não reconhecem legitimidade, assim como da polícia de Kosovo.

Na segunda-feira, os manifestantes sérvios tentaram forçar a porta de entrada no edifício da Câmara Municipal de Zvecan, mas foram repelidos pelas forças kosovares.

A Kfor tentou então separar as partes, antes de começar a dispersar os manifestantes, que arremessaram pedras e garrafas contra as autoridades, provocando dezenas de feridos entre os soldados das forças da NATO.

Cinco manifestantes sérvios suspeitos de terem participado nos confrontos foram detidos, e Belgrado ordenou que o exército sérvio fosse colocado em alerta máximo.

A polícia de Kosovo descreveu a situação como "frágil, mas calma" e pediu aos moradores "que não caiam na armadilha de convocações para manifestações violentas e provocações".

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