“A cimeira de Madrid consolida o curso de contenção agressiva da Rússia pelo bloco atlântico”, disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros Serguei Riabkov aos meios de comunicação russos, segundo as agências AFP e EFE.

Riabkov referia-se ao novo conceito da NATO, que será aprovado na cimeira da Madrid, em que a Rússia deverá ser referida como a principal ameaça à segurança transatlântica.

O novo conceito estratégico, que vai definir o rumo da NATO na próxima década, vai substituir o documento aprovado em Lisboa, em 2010, em que a Rússia era considerada como parceira.

“Isto em nada afeta a nossa política, garantiremos a nossa segurança a cem por cento em qualquer caso”, disse o diplomata russo.

A cimeira da NATO, que decorre em Madrid, realiza-se no contexto da guerra na Ucrânia, que a Rússia iniciou em 24 de fevereiro.

Um dos objetivos da invasão russa era travar o alargamento da NATO no leste.

Moscovo chegou a exigir que a NATO retrocedesse as suas forças para as posições anteriores à adesão de países que integraram a antiga União Soviética, o que foi rejeitado pela Aliança.

Em vez disso, a invasão russa da Ucrânia levou a Suécia e a Finlândia a pedirem a adesão à NATO, em 18 de maio.

A Rússia partilha uma fronteira terrestre de 1.340 quilómetros com a Finlândia e uma fronteira marítima com a Suécia.

Riabkov disse que a esperada entrada da Suécia e da Finlândia “não acrescenta segurança nem aos que se alargam, nem aos que aderem, nem aos restantes países que veem a Aliança como uma ameaça”.

“A nossa posição é conhecida, não muda, consideramos o alargamento da Aliança Atlântica como um fator particularmente desestabilizador a nível internacional”, disse.

Riabkov considerou também que os países da NATO cedem parte da sua soberania de defesa aos Estados Unidos.

“Tenho grandes dúvidas sobre quão pacíficos serão os tempos que se avizinham para os nossos vizinhos do Norte. No fim de contas, estão a ceder parte da sua soberania na política externa e de defesa a Washington”, afirmou.

A invasão russa da Ucrânia foi criticada pela generalidade da comunidade internacional.

A União Europeia e países como os Estados Unidos, o Reino Unido e o Japão têm aprovado sucessivos pacotes de sanções contra a Rússia e fornecido armamento à Ucrânia para combater a ofensiva russa.

A cimeira da NATO em Madrid, que termina na quinta-feira, conta com uma intervenção por videoconferência do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

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