Segundo os media italianos, havia apenas 137 pessoas no centro de acolhimento da ilha, que é uma porta de entrada para a Europa para os migrantes que fogem da África em busca de melhores condições de vida, mas, durante o dia de sábado, centenas começaram a chegar em pequenas embarcações ou foram resgatados por lanchas da Guarda Costeira.

Também na madrugada de sexta-feira, 24 pessoas foram resgatadas por um barco pesqueiro de Lampedusa e, durante as agitadas operações de transbordo, alguns migrantes caíram à água e tiveram de ser salvos pelos marinheiros.

Está previsto que, nas próximas horas, grupos de migrantes sejam transferidos para outras localidades sicilianas para descongestionar o centro de acolhimento de Lampedusa, que tem capacidade para cerca de 200 pessoas.

O navio Geo Barents, da organização Médicos Sem Fronteiras (MSF), o único barco humanitário atualmente em operação no Mediterrâneo central, realizou várias operações de resgate no fim de semana e transporta um total de 410 migrantes a bordo, aguardando que as autoridades italianas lhes permitam entrar num porto.

Num comunicado, o presidente da MSF, David Noguera, denunciou mais uma vez que "a gravidade da situação humanitária no Mediterrâneo Central é uma consequência direta das imprudentes políticas europeias de não assistência no mar, que estão a condenar pessoas à morte" .

Até ao passado dia 10 de junho, mais de 15.000 pessoas chegaram à costa italiana e pelo menos 675 pessoas morreram ou desapareceram enquanto tentavam atravessar o Mediterrâneo central.

No mesmo período, quase 11.000 refugiados e migrantes foram intercetados e enviados de volta, à força, para a Líbia pela guarda costeira deste país.

PD // MSF

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