No final de uma arrumada muito participada e confusa na Avenida da Igreja, em Lisboa, Rui Rio foi questionado se a campanha para as legislativas antecipadas de 30 de janeiro se irá transformar num pingue-pongue entre ele e António Costa.

“Não vai ser um pingue-pongue, porque se o dr. António Costa continuar desta forma vai ficar a falar sozinho. O que o PS tem feito não é apresentar as suas propostas, é procurar dizer que nós propomos o que não propomos”, afirmou, dando como exemplos áreas como a Segurança Social ou o Serviço Nacional de Saúde.

“Hoje recuperou a ladainha da prisão perpétua, se for assim vai ficar naturalmente a falar sozinho”, disse.

O líder social-democrata acusou Costa de “estar a tentar incutir medo aos portugueses a dizer que, se ganhar o PSD, vem aí o papão da direita”, reiterando que o posicionamento do partido na sua liderança “é ao centro”.

“O que queremos é um serviço de saúde melhor e não que os portugueses paguem a saúde em dobro – pelos impostos e quando vão ao hospital – e muito menos queremos a privatização da Segurança Social. Queremos uma segurança social pública que garanta não só as pensões atuais, como futuras”, disse.

Rui Rio apelou ao PS e a António Costa que, em vez de “procurar incutir medo às pessoas e deturpar as propostas do PSD”, defendam as ideias socialistas.

“Não é a primeira vez que o PS faz isto, espero que a campanha ganhe elevação, que o dr. António Costa faça as propostas dele, critique as minhas de que discorda, tal como eu criticarei as dele. Não vou inventar aquilo que ele não disse, os meus argumentos contra o PS são na base do que o PS fez e quer fazer, e não do que o PS não faz”, afirmou.

Rio incluiu nesta “narrativa” uma tentativa do PS de colar o PSD ao Chega, recusando que o acordo parlamentar nos Açores com esta força política possa prejudicar um resultado nacional.

“Espero que o PSD seja o partido mais votado e, da forma normal, forme governo, não vejo como os Açores prejudique”, declarou.