A informação foi avançada hoje pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, Antonio Tajani, que citou quase uma dúzia de ataques desde o final de novembro, desde vandalismo a engenhos explosivos que causaram danos a alvos diplomáticos italianos na Argentina, Bolívia, Alemanha, Grécia, Portugal, Espanha e Suíça. Não foram relatados quaisquer feridos.

"É óbvio que existe uma solidariedade internacional (entre anarquistas) e, portanto, um ataque contra a Itália, contra instituições italianas, está a ser levado a cabo em todo o mundo", disse Antonio Tajani, acrescentando que a segurança estava a ser aumentada em todas as embaixadas e consulados italianos, bem como no Ministério dos Negócios Estrangeiros.

O ministro disse acreditar que a rede inclui tanto italianos como anarquistas de outros países que atuam em concertação.

O mais grave dos ataques foi com bombas incendiárias em dois carros na residência de um diplomata italiano em Atenas no início de dezembro. Um carro foi incendiado, e Antonio Tajani disse que apenas a falha da segunda bomba, visando um carro dentro da garagem da residência e perto de uma conduta de gás, evitou consequências piores.

Os ataques e também uma série de protestos, incluindo um planeado para hoje em Madrid, são em solidariedade com Alfredo Cospito, que está em greve de fome desde outubro para protestar contra um rigoroso regime prisional reservado a terroristas e mafiosos.

O militante de 55 anos está a cumprir uma pena de 10 anos por disparar contra uma perna de um executivo de uma empresa controlada pelo Estado e 20 anos por uma série de ataques com dinamite em Itália.

Um tribunal de recurso em Turim, na primavera passada, endureceu as suas condições prisionais para incluir o confinamento solitário, exceto uma hora por dia e um limite rigoroso de visitas familiares. O regime é imposto aos prisioneiros que são considerados como representando um perigo mesmo a partir do interior da prisão.

O ministro da Administração Interna, Matteo Piantedosi, disse que os ataques apenas reforçam a necessidade do atual regime de detenção no caso de Alfredo Cospito.

Os advogados de Alfredo Cospito estão atualmente a recorrer das condições estritas de detenção.

Entretanto, Alfredo Cospito foi transferido da Sardenha para uma prisão a sul de Milão, que o ministro da Justiça, Carlo Nordio, disse estar melhor equipada para lidar com os desafios sanitários da greve da fome.

Em Itália, na segunda-feira, anarquistas incendiaram carros pertencentes à empresa de telecomunicações TIM, escrevendo slogans que denunciavam o tratamento ao detido. No fim de semana, um pequeno grupo dos seus apoiantes entrou em confrontos com a polícia em Roma e dois dispositivos incendiários foram lançados no parque de estacionamento de uma esquadra da polícia na capital. Ninguém foi ferido.

FP // RBF

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