A informação foi divulgada pelo advogado de Moro, Rodrigo Sánchez Rios, num comunicado enviado à imprensa.

"A audição é motivada em razão de ele (Moro) ter ocupado, à época dos factos, a titularidade do Ministério da Justiça e Segurança Pública", esclareceu a defesa no comunicado, acrescentando que o ex-ministro e antigo juiz será ouvido em 02 de outubro, na superintendência da Polícia Federal em Curitiba.

Em causa está um inquérito aberto em abril, por determinação do juiz do STF Alexandre de Moraes e a pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) do Brasil, para apurar a organização de manifestações contra a democracia no país, que pediram o encerramento do Supremo e do Congresso, assim como uma intervenção militar.

Nesse sentido, a polícia brasileira cumpriu vários mandados de busca e apreensão na residência de aliados do Presidente, Jair Bolsonaro, com o intuito de aceder a eventuais provas sobre a organização de protestos antidemocráticos, assim como quem os financia.

Entre os alvos das ações policiais estavam deputados federais, senadores e diversos outros apoiantes do líder do executivo, como empresários, 'bloggers' e 'youtubers'.

As investigações da PGR consideram que aliados políticos de Jair Bolsonaro usaram dinheiro público para divulgar atos antidemocráticos.

No mesmo caso, também o vereador Carlos Bolsonaro e o deputado Eduardo Bolsonaro, filhos do Presidente do país, foram intimados a depor, na condição de testemunhas.

Ouvido na quinta-feira, Carlos Bolsonaro negou que tenha produzido ou publicado conteúdo que impulsionasse atos antidemocráticos contra o STF e o Congresso Nacional.

O vereador indicou também que não participa na política de comunicação do Governo federal, mas admitiu que tem contacto com as contas do pai nas redes sociais, segundo a imprensa brasileira.

A mais alta instância do poder judicial brasileiro analisa ainda a divulgação de notícias falsas e ameaças a juízes por apoiantes de Bolsonaro.

MYMM // SR

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