"Nós queremos, juntamente com a União Europeia, trabalhar para que tenhamos um Centro Nacional de Cibersegurança efetivo, para que tenhamos um quadro regulatório mais robusto, para que possamos estar alinhados com as melhores práticas em matéria da segurança", manifestou o também ministro das Finanças, na cidade da Praia, na abertura de um seminário estratégico sobre cibersegurança.

Sem avançar os valores necessários e o horizonte temporal para ter esse centro operacional, o ministro considerou que é melhor o país "investir bem" para poder ter um sistema seguro, para não ser confrontado com situações que podem pôr em causa a confiança no país.

Segundo Olavo Correia, o centro vai servir também para o país investir na capacitação dos recursos humanos na cibersegurança, não só para trabalhar em Cabo Verde, mas para outras geografias, nomeadamente os países vizinhos da África Ocidental.

"Seria uma grande oportunidade para, a partir de Cabo Verde, poderem formar-se também na área de cibersegurança, para poderem trabalhar nos seus países e Cabo Verde tem todas as condições para ser um centro de formação na área da cibersegurança e da ciberdefesa, e vamos trabalhar com os nossos parceiros para que esta visão possa ser concretizada", garantiu.

Considerando que Cabo Verde tem "todas as condições" para poder também ser um centro de formação na área da segurança, da cibersegurança e da ciberdefesa, o ministro insistiu que o país está disponível para trabalhar com a UE nesse sentido.

"A cibersegurança e a ciberdefesa é uma questão que tem de ser vencida no plano internacional, e a União Europeia é um parceiro de confiança de Cabo Verde", mostrou, esperando contar com esse apoio para clarificar a estratégia nessa matéria, mas também para criar um quadro legal forte e condições para ter tecnologias de ponta para promoção da área.

Questionada sobre a vontade de Cabo Verde de criar um centro de cibersegurança, a embaixadora da União Europeia no arquipélago, Carla Grijó, garantiu que todas estas questões estão em cima da mesa, e vão depender das conclusões deste seminário e de outras iniciativas que vão ser realizadas.

"Esta é uma área à qual Cabo Verde atribui muita importância e é também uma área à qual nós, a União Europeia, atribuímos importância, até pela passagem no país do cabo submarino EllaLink, por onde circulam dados europeus, e também nos interessa garantir a segurança desses dados", respondeu a diplomada, sublinhando essa "conjugação de interesses" entre as duas partes em matéria de cibersegurança.

"Esta é, sem dúvida, uma área onde podemos fazer um trabalho de cooperação estratégica", prosseguiu Carla Grijó, considerando que o seminário vai permitir uma "maior cooperação" entre a União Europeia, Cabo Verde e outros parceiros em matéria de cibersegurança e defendeu a adoção de "medidas arrojadas" e de um "trabalho em conjunto" nesta área.

A cibersegurança é o tema central do seminário estratégico internacional TAIEX INTPA, organizado pela União Europeia em parceria com o Governo de Cabo Verde, através do Ministério da Economia Digital, e tem por objetivo continuar a reforçar a colaboração institucional nesta área estratégica e no quadro da Parceria Especial entre a União Europeia e Cabo Verde.

Estarão em discussão as estratégias para a cibersegurança, o seu quadro jurídico, as novas ameaças e desafios tecnológicos, a estratégia digital de Cabo Verde, a integração regional em matéria de cibersegurança e a resposta a incidentes de cibersegurança.

O evento reúne peritos em cibersegurança da Estónia e de Portugal, de instituições e agências europeias e cabo-verdianas, entre outras instituições públicas e representantes do setor privado em Cabo Verde.

O TAIEX INTPA visa o desenvolvimento institucional através da cooperação de peritos públicos dos Estados-membros da União Europeia com os respetivos pares em países parceiros, numa iniciativa que promove ligações sustentáveis e de confiança em benefício das pessoas e do planeta no âmbito da Estratégia Europeia, Global Gateway.

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