No debate de política geral na Assembleia da República, Catarina Martins começou por sublinhar que, com uma inflação de 7% este ano, os pensionistas vão perder "em poder de compra o equivalente a um mês de pensão" e não irão receber, no próximo ano, os 7% de aumento a que tinham direito "segundo a lei".

"Das 14 pensões que recebem, uma 'puf', esfumou-se com a inflação. (...) Mesmo que a inflação parasse, de repente, e no próximo ano não existisse inflação nenhuma -- fosse zero -- os pensionistas tinham perdido uma pensão inteira. É ou não é?", questionou.

Na resposta, Costa sublinhou que o Governo garante "a todos os pensionistas cujas pensões estão sujeitas a atualização, ou seja 12 Indexante de Apoios Sociais (IAS), que no próximo mês de outubro vão receber meia pensão a mais do que receberiam este ano".

"Desde já fixámos -- ou melhor, a Assembleia da República fixou por proposta do Governo -- qual é a percentagem do aumento da sua pensão a partir de janeiro, e mesmo o menor aumento -- que é para as pensões acima de seis IAS -- é o aumento maior que alguma vez tivemos neste século", sublinhou.

Costa sublinhou ainda que, nos anos anteriores, não foi cumprida a fórmula de evolução das pensões porque a "inflação era anormalmente baixa e, para que os pensionistas tivessem direito a algum aumento", foram feitos "aumentos extraordinários".

"É por isso que, nos últimos anos, o rendimento dos pensionistas subiu 14%, muito acima da inflação. (...) As fórmulas existem, mas por alguma razão esta fórmula em 16 anos foi quatro vezes aplicada. E, no próximo ano, vai ser um ano onde, não sendo aplicada, os pensionistas vão ter o mesmo rendimento que teriam se ela fosse aplicada", sublinhou.

Respondendo à ideia segundo a qual o aumento das pensões este ano é equivalente ao "maior aumento" deste século, Catarina Martins recordou que o preço do frango "aumentou 35%".

"É difícil dizer aos pensionistas que 3,5% é um grande aumento quando tinham direito a um aumento de 7%, 8%, quando eles vão ao supermercado e há vegetais que aumentaram mais de 50%", criticou.

"É extraordinário que o Governo nos venha falar do aumento dos preços e deixe que as pensões encolham", acrescentou.

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