"Hoje fomos informados de que, até ao momento, temos 98 mortos e 615 feridos", escreveu o vice-presidente, filho do chefe de Estado, Teodoro Obiang Nguema, na plataforma social Twitter, acrescentando que o país "continua muito consternado".

Numa conferência de imprensa citada pela revista Real Equatorial Guinea, o vice-presidente, também encarregado da Defesa e Segurança do Estado, afirmou que dos 615 feridos, 316 receberam alta enquanto 299 continuam distribuídos por vários hospitais na cidade de Bata, a maior da parte continental do país.

Segundo o mesmo portal, Obiang sublinhou que já não há perigo para as pessoas que vivem perto da zona das explosões e que estas podem regressar às suas casas.

O vice-presidente apelou aos moradores para não tocarem em objetos estranhos que possam encontrar e que alertem as autoridades caso isso aconteça.

O governante disse ainda esperar que os trabalhos de limpeza do local do incidente podem ficar concluídos no prazo de 10 dias.

Várias explosões nos depósitos de armamento de um quartel na cidade portuária de Bata, na parte continental da Guiné Equatorial, destruíram quase totalmente as casas e edifícios num raio de cerca de mais de dois quilómetros.

Na sequência das explosões, consideradas acidentais, o chefe de Estado, Teodoro Obiang, lançou um apelo à comunidade internacional para que ajude a Guiné Equatorial, numa altura em que o país vive uma crise sanitária devido à pandemia de covid-19 e uma crise económica por causa da quebra dos preços do petróleo.

O Presidente equato-guineense anunciou hoje que irá reunir de emergência o Governo para analisar as medidas de apoio às vítimas destas explosões, segundo a comunicação social próxima do executivo.

No comunicado de domingo, o Presidente disse que o acidente tinha sido causado "pela negligência e descuido" da unidade responsável pela proteção dos depósitos de dinamite e explosivos anexos ao paiol de munições do quartel militar de Nkuatama, localizado numa zona residencial de Bata.

Os tais depósitos de dinamite ter-se-ão incendiado devido a queimadas que estariam a ser realizadas por agricultores em quintas nas proximidades e que provocaram a explosão.

O chefe de Estado garantiu que os responsáveis serão investigados e punidos, assinalando a devastação que as explosões vão custar ao país, com perdas humanas, económicas e materiais significativas.

A Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), da qual a Guiné Equatorial é Estado-membro, manifestou hoje apoio e solidariedade às autoridades do país, numa carta dirigida ao ministro das Relações Exteriores e Cooperação da Guiné Equatorial.

Por seu lado, o embaixador equato-guineense em Lisboa, Tito Mba Ada, disse à Lusa que formalizou, esta manhã, o pedido de ajuda junto da CPLP e das autoridades portuguesas.

Portugal indicou que o apoio à Guiné Equatorial "será equacionado em coordenação com a comunidade internacional, nomeadamente no quadro das Nações Unidas e da União Europeia".

Antiga colónia espanhola, governada há 42 anos por Teodoro Obiang, a Guiné Equatorial, um país rico em recursos, mas com largas franjas da população abaixo do limiar da pobreza, integra a Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) desde 2014.

JYO (CFF) // PJA

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