"O Brasil está para concluir um acordo com a União Europeia e o Brasil não quer assinar o acordo sem que haja um ajuste nesse acordo", afirmou o Presidente brasileiro, durante a inauguração de uma fábrica nacional de autocarros elétricos.

O chefe de Estado da maior economia da América Latina deixou ainda um recado aos líderes europeus.

"O que os europeus querem no acordo? Que o Brasil abra as portas para compras governamentais. Ou seja, eles querem que o governo brasileiro compre as coisas estrangeiras ao invés das coisas brasileiras. E se eles não aceitarem a posição do Brasil, não tem acordo", com o bloco económico também formado pela Argentina, Uruguai e Paraguai, frisou.

"Nós não podemos abdicar das compras governamentais que são a oportunidade das pequenas e médias empresas sobreviverem nesse país", insistiu.

No dia 25 de Abril, depois de discursar na Assembleia da República, Lula da Silva deslocou-se a Espanha e disse à ministra da Economia e vice-presidente do Governo espanhol, Nadia Calviño, que "o Brasil e os sócios do Mercosul estão engajados no diálogo para concluir as negociações com a União Europeia"

"Esperamos ter boas notícias ainda esse ano", sublinhou, em Espanha, país que assumirá a partir de julho, a presidência rotativa de UE.

O acordo comercial da UE com os países do Mercosul - Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai - foi estabelecido em 2019, altura em que foram concluídas as negociações, mas a sua ratificação está paralisada devido a reservas ambientais colocadas por diversos Estados-membros, principalmente de França, entre outras questões.

Este acordo comercial UE-Mercosul envolve 25% da economia global e 780 milhões de pessoas, quase 10% da população do mundo.

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