Segundo Domingos Barbosa, citado pela Inforpress, o pré-aviso de greve já foi entregue ao gabinete da ministra das Finanças e do Planeamento de Cabo Verde, Cristina Duarte, pelo sindicato que representa os trabalhadores das alfândegas.

Os funcionários criticam a "ausência total de diálogo" por parte do Ministério das Finanças relativamente às discussões e consensualização dos estatutos de carreira dos funcionários da Direção Nacional de Técnicos de Receitas do Estado, a grelha salarial e a lista de transição do atual para o novo estatuto.

A clarificação da atribuição de ajudas de custo, a retoma do quadro especial do pessoal aduaneiro, a reposição do espaço e transporte do pessoal de Alfândega, são outras das reivindicações.

Os funcionários alfandegários dizem estar descontentes e inconformados com o tratamento da Direção Nacional de Receitas do Estado, sobretudo em questões ligadas à distribuição e afetação de espaço de funcionamento de serviços alfandegários.

Do caderno reivindicativo da greve, que abrange todos os setores e serviços alfandegários do país, bem todas as categorias profissionais, constam ainda a suspensão imediata de atribuição das ajudas de custas e subsídios de deslocação a contratados e o fim do impedimento de funcionário com requisitos de participar em concursos.

O presidente do SINDETAP disse que a greve é a "única via para a resolução dos problemas" dos trabalhadores, depois de esgotado o diálogo com o Governo.

"Vamos lutar até o Governo negociar e satisfazer as reivindicações dos trabalhadores", afirmou Domingos Barbosa.

Caso esta greve se concretize, será a terceira paralisação marcada neste início do ano de 2015 em Cabo Verde, após as concretizadas pela Polícia Judiciária (PJ) e pelos professores.

Em aberto está ainda a possibilidade de os trabalhadores do Instituto Nacional de Estatística (INE) e do Laboratório de Engenharia Civil (LEC) virem a paralisar este mês.

No INE, os trabalhadores exigem ao Governo a nomeação de um vice-presidente e um administrador para completar o Conselho de Administração e terminar um processo que se arrasta há vários anos, o que tem impedido a aprovação de importantes instrumentos de gestão dos recursos humanos, levando ao congelamento das carreiras.

No LEC, os funcionários exigem à entidade patronal um novo Estatuto, o reajuste salarial e a promoção e progressão na carreira profissional, congeladas desde 2008.

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