Os produtores de suínos -- do Norte, Centro e Sul do país -- vão juntar-se pelas 15:00 (hora de Lisboa) na área de serviço de Antuã (na Autoestrada 1 -- A1), onde vão decidir os hipermercados que irão 'visitar'.

"Nesta ação, um dos objetivos é dar informação [à opinião pública] e alertar para a prática de terrorismo comercial que tem vindo acontecer por parte da grande distribuição relativamente aos produtores" de carne de suíno, disse João Correia, um dos promotores da iniciativa, à Lusa.

A ação de hoje no Norte do país - que se segue a outras que têm acontecido desde o início do mês -- tem na origem o baixo preço pago pela grande distribuição aos produtores, que se queixam de os custos de produção ascenderem atualmente a 1,50 euros por quilo de carne enquanto esse mesmo quilo é vendido a um euro nos hipermercados.

Além disso, os produtores falam do incumprimento da lei da rotulagem, que entrou em vigor em abril, para identificar a carne de porco.

"Pela lei, tem de vir identificado 'criado em', 'abatido em' e 'desmanchado em' e muitos não o fazem", disse João Correia, acrescentando que há queixas na ASAE - Autoridade de Segurança Alimentar e Económica mas sem qualquer efeito.

"Desde que a 05 de dezembro começamos estas ações, o grupo Auchan e Lidl já cumprem a rotulagem. O Continente começou na semana passada a fazer alguma coisa, o Pingo Doce nada", referiu.

Os produtores de suínos dizem que a crise que afeta o setor é de tal forma dramática que há o risco de fechar 40% da produção nacional dentro de dois meses, colocando em causa 200 mil postos de trabalho diretos.

Estão registados em Portugal cerca de quatro mil suinicultores industriais, havendo no total quase 14 mil explorações.

Portugal produz cerca de 55% da carne de porco que consome.

IM (RCR) // CSJ

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