"Amarante começa a ser um ponto de referência na valorização do património", defendeu Luís Campos, da empresa que há vários meses trabalha na recuperação daquele templo do final do século XVII.

Em declarações à Lusa, o técnico recordou que também foi recentemente recuperada, "com grande qualidade", a igreja de S. Domingos, igualmente no casco histórico da urbe, incluindo o museu contíguo de arte sacra.

Aludiu ainda aos trabalhos que têm sido realizados na igreja do Mosteiro de S. Gonçalo, mais recentemente na fachada principal, voltada para o rio Tâmega, e na Igreja da Misericórdia.

"São igrejas fantásticas que permitem criar uma rede turística de valorização", comentou, ressalvando que "o grande desafio começa quando terminam as obras, que é dar vida a estes espaços do ponto de vista pastoral e turístico".

Já para o pároco da cidade, José Manuel Ferreira, a recuperação da Igreja de S. Pedro termina um ciclo iniciado há sete anos, que permitiu à paróquia ficar com templos de diferentes períodos históricos completamente recuperados, potenciando a atratividade turística da urbe e dando melhores condições para as múltiplas atividades religiosas.

Além disso, vincou, em poucos anos, Amarante viu serem recuperados quatro órgãos de tubos, de três igrejas, o que é "notável numa cidade de média dimensão", projetando-a ao nível da música litúrgica.

A recuperação da Igreja de S. Pedro, que é monumento de interesse público desde 1982, custou 1,2 milhões de euros.

A empreitada interveio no exterior e interior do templo, corrigindo problemas estruturais e restaurando a totalidade do seu valioso espólio, maioritariamente barroco.

"Quando as pessoas aqui entravam vinham para os funerais. Era uma igreja escura e sombria", recordou o pároco, apontando para a luz e os tons claros que agora predominam.

Os trabalhos envolveram várias especialidades e incidiram nos tetos abundantemente trabalhados da nave principal e do altar-mor, onde sobressaem 25 caixotões. Também foram realizadas intervenções no arco triunfal, na sacristia, sobretudo no seu teto em madeira, no altar-mor, na via-sacra (agora iluminada), no coro alto, no corta-vento do século XIX, no órgão de tubos, na iluminação, nos azulejos de padrão seiscentista e na recuperação dos sinos.

"No pico da obra tivemos aqui cerca de 70 pessoas a trabalhar em simultâneo", explicou o técnico, sinalizando a minúcia e complexidade técnica da empreitada.

Luís Campos chamou à atenção que, além da recuperação do espólio original, também houve lugar à introdução de novos elementos de mobiliário "que sejam referência e que foi pensado numa lógica catequética".

A remodelação é inaugurada na segunda-feira, dia de S. Pedro, com uma eucaristia às 19:00.

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