"Penso que fizemos o correto e não me arrependo de nada", afirmou sobre a decisão de reaver a península do Mar Negro da Ucrânia, numa entrevista à televisão estatal.

"Quando defendemos os nossos interesses, vamos até ao fim", disse, citado pela Agência France Presse.

Explicando a motivação que esteve na origem da tomada da Crimeia, Putin disse ter sido a correção de um erro histórico, depois do líder soviético Nikita Krushchev ter transferido aquela península da Rússia para a Ucrânia em 1954, o que na altura foi apenas um gesto simbólico já que os dois países pertenciam à União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS).

No documentário "Presidente", exibido no canal Rossiya1, Putin citou informações dos serviços especiais russos no final da década de 1990 que indicavam "contactos diretos entre combatentes do Cáucaso Norte e representantes das forças especiais norte-americanas no Azerbaijão".

Como primeiro-ministro, em 1999, Putin iniciou a segunda guerra na Chechénia, que terminou oficialmente em 2009.

Putin, de 62 anos, disse que os serviços especiais do Ocidente aparentemente apoiaram os militantes porque acreditavam que qualquer opositor da Rússia deveria ser tratado como um aliado.

"Algumas pessoas, em particular as forças especiais dos países ocidentais, pensavam que se alguém estava a trabalhar para desestabilizar o seu principal opositor geopolítico -- que, percebemos agora, na cabeça desses sempre foi a Rússia -- então é geralmente em seu benefício. Descobriu-se que não é o caso", afirmou.

O líder russo, considerado pela revista norte-americana Time como a pessoa mais influente do mundo, criticou as sanções impostas pelos Estados Unidos e a Europa, considerando-as "nada mais do que outra tentativa de conter o desenvolvimento da Rússia".

"Estou profundamente convencido que não estamos a quebrar as regras do jogo. Isso diz respeito às nossas relações com a Ucrânia e à situação na Crimeia", disse Putin, citando leis internacionais e a Carta das Nações Unidas.

JRS // PJA

Lusa/fim