Trata-se de "uma participação idêntica" àquela que Portugal tem num outro banco da região, o Banco Desenvolvimento Asiático (ADS), e será "realizada em cinco anos", precisou Manuel Rodrigues.

Manuel Rodrigues representou Portugal na assinatura do acordo constitutivo do BAII, realizada no Grande Palácio do Povo, em Pequim, com a participação de emissários de 50 dos 57 países fundadores da nova instituição, entre os quais o Brasil.

Foi o primeiro banco internacional de desenvolvimento proposto pela China, há quase dois anos, e o estado chinês é também o seu maior acionista, com cerca de 30% dos 100.000 milhões, e dólares estipulados como capital-base do BAAI.

A adesão de Portugal ao BAII "é particularmente importante porque temos uma relação de cinco séculos com a China e porque nos últimos quatro anos houve uma forte intensificação das nossas relações comerciais e de investimento"", disse o secretário de Estado.

"Entre 2010 e 2014, as exportações de Portugal para a China quase quadruplicaram e esta participação no BAII abre mais oportunidades para as nossas empresas", acrescentou.

Em declarações à agência Lusa, Manuel Rodrigues considerou também que a adesão de Portugal ao BAII "valoriza as relações com toda a Ásia", constituindo "um compromisso com a internacionalização da economia portuguesa".

"As necessidades da Ásia, em termos de infraestruturas são particularmente significativas e as nossas empresas são competitivas nessa área", afirmou.

Segundo estimativas citadas na imprensa oficial chinesa, na próxima década, as necessidades asiáticas de investimento naquele domínio deverão somar oito biliões de dólares (8.000.000.000.000 de dólares).

De acordo com o calendário previsto, o BAAI deverá estar formalmente instituído até ao final deste ano e começará a funcionar no início de 2016.

Será "um banco gerido pelas melhores práticas internacionais e que recrutará o pessoal através de concursos competitivos", adiantou Manuel Rodrigues.

Visto inicialmente em Washington como um concorrente ao Banco Mundial e ao Fundo Monetário Internacional, duas instituições sediadas nos Estados Unidos e habitualmente lideradas por norte-americanos e europeus, o BAAI acabou por suscitar a adesão de mais de vinte países fora da Ásia, da Austrália à Islândia.

Das grandes economias mundiais, apenas os Estados Unidos, o Japão e Canadá ficaram de fora.

Proposto em outubro de 2013 pela China, o projeto de criação do BAII foi formalmente apresentado há nove meses em Pequim com o apoio de 22 países asiáticos, entre os quais a Índia, que é o segundo maior investidor.

A Rússia é o terceiro grande investidor e a Alemanha o quarto.

Sete dos 57 fundadores (África do Sul, Dinamarca, Filipinas, Koweit, Malásia, Polónia e Tailândia) não assinaram o acordo constitutivo ('articles of agreement') do banco por aguardarem ainda a respetiva autorização interna, mas estiveram representados na cerimónia de hoje.

AC // MSF

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