"O Ministério Público tem recebido das entidades reguladoras documentação e informações várias que são objeto de análise com vista à adoção, no âmbito das suas competências, dos procedimentos legalmente previstos. Todos os casos em que existe queixa ou indiciação de factos suscetíveis de integrar crimes são objeto de investigação. Os inquéritos respeitantes ao universo Espírito Santo encontram-se em Segredo de Justiça", explica a PGR numa nota enviada à agência Lusa, em resposta a um pedido de esclarecimento.

Uma auditoria pedida pelo Banco de Portugal à consultora Delloite conclui que a administração do BES liderada por Ricardo Salgado "desobedeceu ao Banco de Portugal 21 vezes, entre dezembro de 2013 e julho de 2014", e "praticou atos dolosos de gestão ruinosa".

A informação, avançada na noite de quarta-feira pela edição 'online' do Jornal de Negócios (JdN) e noticiada hoje pelo jornal i, aponta também a conclusão de que o BES concedeu "financiamentos em violação das regras".

Segundo a Procuradoria-Geral da República, a equipa que investiga os processos relacionados com o denominado universo Espírito Santo trabalha "em estreita colaboração" com as entidades reguladoras, como o Banco de Portugal e a Comissão do Mercado de valores Mobiliários (CMVM).

"A gestão de Ricardo Salgado desobedeceu ao Banco de Portugal 21 vezes entre dezembro de 2013 e julho de 2014", conclui o primeiro bloco da auditoria forense pedida pelo supervisor à Deloitte", acrescentando que aquele banqueiro "praticou atos dolosos de gestão ruinosa, para além de ter concedido financiamentos em violação das regras", lê-se na página do Jornal de Negócios.

O diário cita "as conclusões do primeiro bloco da auditoria forense solicitada pelo Banco de Portugal ao BES e que foi elaborada pela Deloitte, de acordo com o sumário executivo que o supervisor enviou na quarta-feira, 04 de março, à comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES".

"No total, são identificadas 30 possíveis infrações, apenas num dos cinco blocos que compõem a auditoria forense e que diz respeito à violação das determinações que o Banco de Portugal impôs ao BES e ao Espírito Santo Finantial Group (ESFG) a partir de dezembro e até ao final de julho", acrescenta.

RCP (JPS) // ARA

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