Em declarações ao portal especializado em jogo GGRAsia, Francis Liu admitiu que o setor tem de mudar: "Não podemos esperar que a partir de agora, todo o crescimento dos lucros de que [as operadoras de Macau] têm gozado nos últimos dez anos se mantenha. Pessoalmente, acho que é preciso que nos ajustemos de modo a garantir que os próximos dez anos serão igualmente lucrativos".

Francis Liu falou à margem da apresentação de um projeto de colaboração com estabelecimentos de comidas e lojas locais, a que a empresa pretende dar espaço na chamada "Broadway Street", que vai abrir no hotel Broadway, integrado na segunda fase do Galaxy, que se espera inaugurar dentro de dois meses.

"Toda a gente tem de se convencer que as receitas do jogo têm descido consecutivamente nos últimos nove meses. A verdade é que toda a gente estava ansiosa por perguntar ?Onde é que isto vai parar?'", afirmou o empresário.

Respondendo à sua própria questão, Liu lamentou não ter "uma bola de cristal". "Não sabemos, mas julgo que algures na segunda metade do ano [pode haver uma retoma], com novos produtos a serem lançados e com uma base de comparação menor", disse.

Confrontado com a possibilidade de uma revisão ao esquema de vistos individuais, Francis Liu mostrou-se compreensivo: "Não tenho qualquer informação de que ideias sobre o esquema se vistos individuais tenham sido enviadas para Pequim. Tenho lido nos jornais que há conversações sobre a revisão das políticas, de modo a garantir que a qualidade de vida dos cidadãos de Macau não é importunada. Realmente acredito que não se pode continuar a enviar visitantes para Macau para sempre. É preciso encorajar os clientes de qualidade a virem a Macau e garantir que há um equilíbrio [entre os interesses dos locais e dos visitantes".

Os casinos de Macau fecharam 2014 com uma queda de receitas de 2,6% para 351.521 milhões de patacas (cerca de 35.150 milhões de euros).

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