"A maioria de nós ficará contente por dizer adeus ao ano da cabra, que foi um ano difícil para as economias regionais e a indústria do jogo", afirmou Ambrose Ho, no jantar de domingo à noite do novo ano chinês da operadora.

Em relação ao ano novo do macaco, que hoje começa, Ambrose Ho diz que é expectável que seja "caracterizado pela volatilidade".

"Vamos precisar da agilidade e da inteligência do macaco para lidar com a esta volatilidade, que pode afetar os mercados de consumo, bem como os mercados financeiros", afirmou.

Ambrose So referiu ainda a missão de dar "maior diversificação" à economia de Macau, dependente do setor do jogo, no qual, por sua vez, o denominado "jogo VIP" (grandes apostadores) continua a ter um peso significativo.

Apesar de tudo, Ambrose So, que administra o grupo fundado por Stanley Ho, disse que a SJM olha o novo ano com "confiança", garantindo que a construção do novo projeto para o Cotai, a zona de casinos de Macau, ficará concluído dentro de alguns meses e que se mantém o plano de ser inaugurado em 2017.

Também no domingo, na sua tradicional mensagem de ano novo, o líder do Executivo de Macau, Fernando Chui Sai On, voltou a referir-se à "pressão trazida pela desaceleração da economia" de Macau, garantindo que vai trabalhar para "manter a estabilidade financeira" e que dará "prioridade aos projetos relacionados com a vida e o bem-estar da população".

Macau é o maior centro de jogo do mundo e a sua economia está assente nos casinos, cujas receitas são a fonte de mais de 80% das receitas públicas.

As receitas dos casinos estão em queda há 20 meses consecutivos, desde junho de 2014.

Os casinos fecharam 2015 com receitas de 230.840 milhões de patacas (26.627 milhões de euros), uma queda de 34,3% face a 2014.

Tratou-se do segundo ano consecutivo de quebra das receitas depois de, em 2014, terem sofrido uma diminuição de 2,6%.

Com o jogo a constituir a principal alavanca desta região chinesa com administração especial, a diminuição das receitas dos casinos conduziu à queda continuada da taxa de crescimento real do Produto Interno Bruto (PIB) desde o primeiro trimestre de 2014.

Nos primeiros três trimestres de 2015, o PIB de Macau contraiu-se 25% em termos reais.

Os dados do PIB relativos ao quarto e último trimestre e a todo o ano passado vão ser divulgados em meados do próximo mês.

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