Mais de 30 mil pessoas deixaram Aleppo e arredores desde a semana passada devido a uma ofensiva lançada pelas forças pró-governamentais sírias, apoiadas pela aviação militar russa, que ameaçam cercar a parte ocidental da segunda cidade do país, tomada por rebeldes.

"A maior necessidade e a melhor resposta humanitária é parar com os bombardeamentos", afirmou o subsecretário-geral da ONU para os assuntos humanitários, Stephen O'Brien.

"Todos os bombardeamentos devem parar", sublinhou.

O porta-voz do Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) William Spindler instou, por sua vez, a Turquia a abrir a sua fronteira "a todos os civis da Síria" que "procuram proteção internacional".

Na segunda-feira, o vice-primeiro-ministro da Turquia disse que o país teme que os combates em curso na cidade síria de Aleppo possam causar um novo afluxo de 600 mil refugiados nas suas fronteiras.

"O pior cenário que poderá acontecer nesta região a curto prazo será um novo afluxo de 600 mil refugiados na fronteira com a Turquia", disse Numan Kurtulmus à imprensa.

Iniciada há uma semana, a ofensiva do exército leal ao Presidente sírio, Bashar al-Assad, com o apoio de ataques aéreos russos, contra os rebeldes nos arredores de Aleppo já forçou dezenas de milhares de civis a fugir.

"Como resultado daquela situação cerca de 200 mil pessoas foram forçadas a fugir, 65 mil das quais em direção à Turquia e 135 mil para o interior da Síria", acrescentou Numan Kurtulmus.

Cerca de 30 mil refugiados, a maioria dos quais mulheres e crianças, permanecem no posto da fronteira turca de Oncupinar, que o Governo turco mantém encerrado, ao frio e em condições extremamente precárias.

"O nosso objetivo é manter essa onda de migrantes para além da fronteira da Turquia, proporcionando-lhes os serviços necessários", disse também o vice-primeiro-ministro.

As autoridades turcas têm reiterado que a sua política de "porta aberta" continua inalterada e que estavam prontos, se necessários, para acolher a nova onda de refugiados.

A Turquia, que já recebeu 2,7 milhões de sírios, advertiu, contudo, que não vai aguentar sozinha o "fardo" da hospedagem dos refugiados.

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