Citando Carlotta Asami, porta-voz do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), que terá conversado com vários sobreviventes do naufrágio que provocou a morte a cerca de 800 imigrantes, a cadeia de televisão norte-americana aponta como possível causa da tragédia um toque ou uma onda provocada pelo navio de bandeira portuguesa que foi em socorro da embarcação naufragada.

"Eles afirmam que houve uma altura em que eles [navio em socorro] estavam muito perto e, provavelmente, o que aconteceu foi que um grande navio provocou uma grande onda que poderá ter feito virar o barco", declarou Asami, citada pela CNN.

A porta-voz do ACNUR disse ter falado com alguns dos sobreviventes do naufrágio quando estes chegaram a Catânia, em Itália.

A estação norte-americana disse ter contactado os responsáveis pelo navio King Jacob, de bandeira portuguesa, mas sem êxito.

Baseando-se nos depoimentos dos sobreviventes, a responsável do ACNUR classificou como "credível" a informação de que estavam a bordo entre 800 e 850 pessoas no momento em que a embarcação naufragou a cerca de 70 milhas a norte da costa Líbia.

As anteriores estimativas apontavam para a possibilidade de a embarcação transportar entre 700 e 950 imigrantes.

As autoridades italianas, que coordenaram as operações de resgate, confirmaram 28 sobreviventes e 24 cadáveres. Os sobreviventes terão sido todos salvos pela embarcação de bandeira portuguesa.

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