"O futebol é um meio, não um fim", sendo que o fim é promover a dignidade, salientou hoje, na apresentação da iniciativa, a presidente da Associação CAIS, que a promove há uma dúzia de anos.
Anabela Pedroso disse à Lusa que os oito jovens já são uns vencedores mas, mesmo assim, na conferência de imprensa para os apresentar, pediu-lhes que vencessem o campeonato, no qual participam mais de sessenta países.
Portugal nunca venceu, mas já chegou uma vez à final e tem conseguido sempre posições altas, que lhe dão um terceiro lugar no 'ranking' dos países. Os oito jovens hoje conhecidos são o resultado de quase um ano de seleções, com torneios regionais que juntaram 900 participantes, dos quais foram primeiro escolhidos 248.
"São pessoas que muitas vezes não têm hábitos de disciplina, e conseguirmos isto, e ter esta equipa, é um trabalho fantástico", disse à Lusa Anabela Pedro.
Um trabalho que envolve também quatro centenas de outras pessoas, de treinadores e técnicos a voluntários, até psicólogos ou fisioterapeutas.
E agora os oito escolhidos vão ter a oportunidade de, entre 12 a 19 de setembro, em Amsterdão, representar Portugal, participando até lá num estágio em Lisboa, que inclui treinos desportivos mas também de competências pessoais e sociais e atividades culturais e recreativas, com o patrocínio da Fundação Benfica.
Carlos Moia, presidente executivo da Fundação, explicou que foi preparado um campo de futebol de rua para os treinos e disponibilizadas as funcionalidades do Estádio da Luz, com os jovens a terem também acesso aos jogos do clube desportivo, ao museu e a conhecer os jogadores do plantel principal.
Hoje, o Daniel, o Fernando, o Miguel e os outros já ficaram notoriamente felizes por poderem falar com o antigo jogador do Benfica Nuno Gomes. E, nos próximos anos, salientou Anabela Pedroso, era desejável uma iniciativa idêntica mas com nomes femininos.
Para já, são oito vulneráveis rapazes, de outras tantas instituições, de Beja ao Porto ou à Madeira, que, através do futebol, vão adquirir outros conhecimentos e desenvolver outras capacidades, como tem acontecido nos últimos 12 anos, com o patrocínio da CAIS, uma associação com 21 anos conhecida essencialmente pela revista com o mesmo nome.
A associação tem como principal objetivo contribuir para a melhoria das condições de vida dos cidadãos em risco de exclusão social. O que não é muito diferente do objetivo da Fundação Benfica, criada em 2009, e que pretende contribuir para a qualidade de vida de crianças e jovens em situação de risco, promovendo o desporto inclusivo.
E esse "desporto inclusivo", ou a inclusão pelo desporto, é também o objetivo dos campeonatos de futebol de rua.
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