"A medicina tropical é uma área em que podemos colaborar e o facto de termos um acordo em relação à formação básica de medicina não significa que não possamos ter acordos em temas mais avançados", disse Nuno Crato.

"Temos potência para sermos - os dois países - dos mais avançados do mundo em termos de medicina tropical", sublinhou.

O ministro português falava hoje na Cidade da Praia, ao lado do seu homólogo cabo-verdiano, António Correia e Silva, durante a sessão de assinatura um protocolo de cooperação que enquadra a criação do primeiro curso de medicina em Cabo Verde.

O primeiro mestrado integrado em medicina, que será criado na Universidade de Cabo Verde (Uni-CV) com o apoio dos Hospitais da Universidade de Coimbra, vai arrancar em outubro próximo.

O curso, que contará na sua primeira edição com 25 vagas, será lecionado no primeiro, segundo, terceiro e sexto anos em Cabo Verde e no quarto e quinto anos em Coimbra.

O Hospital Agostinho Neto, o principal na Cidade da Praia, e a Ordem dos Médicos cabo-verdiana, são também parceiros deste projeto em fase de acreditação em Cabo Verde.

"O acordo sobre medicina abre um conjunto de possibilidades de colaboração da universidade de Cabo Verde com universidades portuguesas no âmbito dos estudos de medicina", disse Nuno Crato.

Sublinhando que, apesar de já estar em marcha a colaboração com a Universidade de Coimbra, esta "não fecha as possibilidades a cooperações com outras universidades que possam ser úteis para certas especialidades de medicina".

Nuno Crato e Correia e Silva assinaram ainda uma "declaração de intenções" para o lançamento de um novo programa de mobilidade de professores doutorados e de especialistas para o apoio ao desenvolvimento do ensino superior em Cabo Verde.

Este acordo, que o ministro português espera entre em funcionamento no próximo ano letivo, prevê a partilha de custos do intercâmbio de professores entre os dois países e passa a incluir, não apenas docentes universitários, mas também dos institutos politécnicos.

O ministro do Ensino Superior, Ciência e Inovação de Cabo Verde, António Correia e Silva, destacou a "frutífera colaboração" com Portugal na área do ensino superior e apelou para que o curso de medicina possa ser reconhecido também em Portugal.

"Desejavelmente devemos incentivar as universidades para que trabalhem juntas de tal forma que o curso possa ter dupla titulação", disse António Correia e Silva, lembrando que o espirito da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) "vai no sentido" de que existam cursos conjuntos que concedam título profissional em dois ou mais países.

Nuno Crato está em Cabo Verde para uma visita de dois dias e regressará a Portugal no domingo.

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