"Esta não é uma coligação nem com novidade nem com resposta, não é sequer uma coligação por convicção, é uma coligação por conveniência", afirmou Catarina Martins, no Porto, num comício que decorreu no âmbito da 2.ª edição do "Desobedoc -- Mostra de cinema insubmisso", que hoje termina.
Segundo a porta-voz do BE, "o CDS, o partido do contribuinte que aceitou o esbulho dos contribuintes, partido dos pensionistas que aceitou o corte das pensões, lá terá medo de ir às eleições, sozinho".
E também o PSD, "o partido da nova economia exportadora que aí vinha e que depois, feitas as contas, a dívida publica só aumentou, ao mesmo tempo que o sistema financeiro aumentou de peso no PIB e a industria e a agricultura andaram para trás no PIB, se calhar também quer disfarçar a dimensão da derrota que ai vem".
A porta-voz considerou também tratar-se de "uma coligação sem novidade".
Catarina Martins frisou que não se pode "simplesmente olhar para este anúncio e olhar para a disputa eleitoral que aí vem como se já tudo estivesse escrito".
No seu discurso, Catarina Martins disse ser preciso e ser possível "sair destes jogos dos políticos de turno e ir ao jogo que interessa, que é o jogo da disputa pelo poder".
"A disputa do poder que conta é saber que há um dia um governo que diz assim: não cortamos nas pensões. Vamos ver o que se faz com a dívida, vamos ver o que é possível fazer, vamos ver como é que é possível trabalhar nesta Europa, mas nós não vamos cortar as pensões, nós disputamos o poder a partir daí", afirmou.
Para Catarina Martins, já chega de "afirmações tonitruantes sobre o vazio".
"Queremos coisas concretas e o afirmar a reivindicação última do que é que se quer para a vida é essa disputa de poder", sublinhou, acrescentando "esta não é a hora de nos empenharmos sobre qual é o jogo do político de turno, mas sim a hora de disputar o poder".
Os presidentes do PSD, Pedro Passos Coelho, e do CDS-PP, Paulo Portas, assinaram no sábado um compromisso para uma coligação entre os dois partidos nas legislativas, que será levado aos respetivos órgãos partidários.
O compromisso para uma coligação pré-eleitoral prevê que os dois partidos dialoguem para, após as legislativas, apoiarem um candidato presidencial.
JAP (ACL/IEL) // MAG
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