"Moçambique encontra-se a perder quantias avultadas desde 2004, visto que constata-se que a quantidade de madeira ilegal explorada no país e exportada para China de forma ilegal é 5,7 vezes maior do que o volume declarado oficialmente pela Direção Nacional de Terras e Florestas", denuncia-se num relatório da Universidade Eduardo Mondlane.

No documento, aponta-se a China como o destino de 90% das exportações da madeira moçambicana, mas também incongruências estatísticas em várias organizações relacionadas com o setor.

O estudo, revelado no âmbito do lançamento do projeto "Governação Florestal em Moçambique: A Urgência do Momento", é uma iniciativa do Fundo Mundial para a Conservação da Natureza (WWF e da Embaixada da Suécia em Maputo.

Por outro lado, segundo o estudo da Universidade Eduardo Mondlane, os serviços alfandegários apenas registam as saídas por volume e dinheiro e não por espécie, permitindo a exportação de madeira de árvores protegidas em Moçambique.

Recomenda-se a redução de licenças, bem como mais transparência na sua atribuição, envolvendo as comunidades locais, além de se melhorar a qualidade das guias de remessas, para que sejam mais difíceis de falsificar, e ainda considerar-se a proibição de circulação de madeira durante a noite.

A exploração de madeira em Moçambique tem levantado polémicas nos últimos anos, em que, além da exportação ilegal, sobretudo para a China, tem suscitado dúvidas sobre o pagamento previsto na lei de as empresas concessionárias reverterem 20% dos seus lucros para as comunidades locais.

Em abril, a governadora de Sofala ordenou uma moratória ao início da atividade das madeireiras, mas levantou-a no mês seguinte, acabando por reconhecer que as contas das empresas estavam corretas e que a percentagem devida às comunidades estava a ser paga.

HB // APN

Lusa/Fim