"Há quem tenha por hábito mentir. Eu não tenho. E quando se tem esse hábito projeta-se nos outros aquilo que é relativamente aos próprios", afirmou à Lusa o governante, quando questionado sobre as acusações das associações socioprofissionais de militares de "mentir" e de ser "pouco honesto" quando alegou que não quiseram participar na revisão do EMFA.

O ministro falava à margem de um protocolo entre o Exército Português e a Câmara de Mafra, destinado a alargar a capacidade de estacionamento na zona envolvente ao Convento da vila.

Na quinta-feira, em Lisboa, os presidentes da Associação de Oficiais das Forças Armadas, da Associação Nacional de Sargentos e da Associação de Praças criticaram que apenas foram contactados, em novembro de 2013, para apresentar contributos para o EMFA e não receberam resposta à disponibilidade para integrar grupos de trabalho sobre o assunto.

"Eu não minto e, no caso concreto, foram dadas as condições para que as associações prestassem os seus contributos", frisou José Pedro Aguiar-Branco, acrescentando que "quem quis contribuir, contribuiu".

O ministro notou que "a observação que ainda assim é feita é de natureza formal, procedimental e não quanto ao mérito".

"O mérito foi trabalhado em conjunto depois com as chefias militares e esse não mereceu qualquer reparo, tanto quanto eu vi de crítica por parte das associações", vincou.

Para Aguiar-Branco, as críticas das associações significam "que a observação em relação a um estatuto com a dimensão do estatuto dos militares das Forças Armadas circunscreve-se a questões de natureza procedimental".

"Quem quis contribuir, contribuiu, quem não quis, não contribuiu, mas também num documento desta natureza não deixa de ser curioso que só questões de natureza procedimental sejam tratadas, quando as questões de mérito foram tratadas com as chefias militares", rematou o ministro.

LYFS (ATF) // SMA

Lusa/fim