"O PS terá de escolher entre associar-se à viabilização e apoio a um Governo PSD/CDS ou tomar a iniciativa de formar um Governo que tem garantidas as condições para formação e entrada em funções", analisou Jerónimo de Sousa, ladeado por Francisco Lopes, Jorge Cordeiro e João Oliveira, no final da reunião com António Costa, que durou uma hora e um quarto.

O líder comunista destacou a convergência com o PS na rejeição de um novo Governo PSD/CDS-PP, mas esclareceu que a reunião, apesar de "produtiva", não serviu para discutir eventuais composições de um futuro executivo de esquerda, mas antes da "resposta aos anseios e necessidades do trabalhadores, do povo e do país".

Depois da declaração de António Costa, que foi acompanhado por Carlos César, Ana Catarina Mendes, Pedro Nuno Santos e Mário Centeno, o líder comunista reafirmou, contudo, a prontidão e preparação do PCP "para assumir todas as responsabilidades, incluindo governativas".

"Estando PSD e CDS em minoria e havendo uma maioria que pode viabilizar outras soluções de Governo, seria incompreensível que se desperdiçasse essa oportunidade. A questão coloca-se no plano do relacionamento interpartidário, podendo abrir para uma composição que traduza uma convergência política mais abrangente", afirmou o secretário-geral do PCP.

Segundo o dirigente comunista, "o programa do PS", afinal, "corresponde a uma aspiração de rutura com a política de direita" e, entretanto, "no quadro constitucional e na correlação de forças existente na Assembleia da República, nada impede o PS de formar Governo, apresentar o seu programa e entrar em funções".

"Mesmo num quadro em que o PS insista no seu programa e que não seja fácil encontrar uma convergência sobre um programa de Governo nem assim se pode concluir que a solução seja um Governo PSD/CDS", assegurou, prometendo que os deputados do PCP recusarão qualquer executivo da PàF (PSD/CDS-PP) e contribuirão para "derrotar qualquer iniciativa que vise impedir outra solução".

Para Jerónimo de Sousa, "resolvido problema institucional e de Governo", há que "fazer um caminho", uma vez que os comunistas não irão abdicar de várias questões de princípio, como a renegociação da dívida ou o estudo da saída da moeda única, entre outras.

HPG // ARA

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