O presidente executivo deste consórcio de cinco empresas públicas indianas especificamente criado pelo Governo indiano para encontrar minérios e metais destinados ao seu mercado interno, Nirmal Chandra Jha, em declarações citadas no jornal Indian Express, afirmou que a crise do carvão para as empresas estará brevemente terminada, e que as reservas em Moçambique são suficientes para alimentar as centrais indianas durante 35 anos.

A central elétrica, a construir na província de Tete, é um dos vários investimentos que estão a ser feitos nesta zona do noroeste de Moçambique, onde estão situadas as maiores reservas de carvão e também a barragem de Cahora Bassa, que serve Moçambique, a África do Sul, o Zimbabué e a Zâmbia.

Entre os investimentos estão outras centrais elétricas como a Ncondezi, que em setembro disse que estava em conversações com a Eletricidade de Moçambique para vender a eletricidade que começará a ser produzida a partir de 2018.

No final de outubro, a Lusa noticiou que o consórcio estatal indiano Coal Ventures (ICVL) se preparava para investir 500 milhões de dólares (395 milhões de euros) em infraestruturas associadas à exploração de carvão em Moçambique, citando a agência noticiosa da Índia PTI.

O investimento, a realizar em dois ou três anos, visa melhorar as condições logísticas no escoamento do carvão em Moçambique, incluindo uma rede ferroviária de 500 quilómetros, estradas e instalações portuárias, disse então uma fonte do consórcio público indiano à PTI.

Em julho, o ICVL negociou por 50 milhões de dólares (39,5 milhões de euros) a aquisição das minas de carvão que a Rio Tinto detinha em Moçambique.

O negócio, concretizado no início de outubro, envolve a totalidade das minas que a Rio Tinto possui nas províncias da Zambézia e Tete e 65% das reservas de Benga (também em Tete) e pelas quais a multinacional anglo-australiana tinha pago mais de 3 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros) em 2011 à Riversdale Minining.

A mina de Benga é a única em funcionamento e a ICVL pretende aumentar, até 2017, a atual exploração de cinco milhões de toneladas por ano para 12 milhões, precisou a mesma fonte, reconhecendo que a operação neste momento perde dinheiro e que aquele objetivo está dependente do investimentos em instalações logísticas e infraestruturas.

MBA(HB) // APN

Lusa/Fim