"Está previsto que no verão abra um aviso do novo PO SEUR - Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos - para as lagoas costeiras, de cerca de 12 milhões [de euros], e que inclui, obviamente, a Lagoa de Óbidos", afirmou hoje o secretário de Estado do Ambiente, Paulo Lemos, estimando que "ainda este ano, ou no início do próximo, possa ser lançado o concurso" para as dragagens das cabeceiras.

A intervenção, cujo custo não está ainda definido, prevê a retirada de "mais de 700 mil metros cúbicos de areia" da lagoa onde não é realizada uma dragagem desta dimensão há mais de 30 anos.

"Contamos que, abrindo o aviso [para apresentação de candidaturas], o projeto seja aprovado e esta intervenção seja feita de forma sucessiva à primeira fase, como defendem os técnicos", afirmou o secretário de Estado durante uma visita à lagoa, realizada hoje a convite dos deputados do PSD eleitos pelo círculo eleitoral de Leiria.

A visita coincidiu com o início dos trabalhos de retirada de areia da zona da aberta [canal que liga a lagoa ao mar] da Foz do Arelho, depois de o assoreamento ter fechado o canal nas últimas semanas.

A intervenção, através de máquinas retroescavadoras, da Agência Portuguesa de Ambiente (APA) e da Câmara de Óbidos, "terá um custo inferior a cinco mil euros" e deverá estar concluída "entre hoje e amanhã [terça-feira], dependendo da força das marés para repor o canal", afirmou Manuela Matos, da Administração da Região Hidrográfica (ARH) do Tejo e Oeste.

De acordo com a mesma responsável a primeira fase das dragagens, que aguarda visto do Tribunal de Contas, deverá avançar "já em abril e ficar concluída até ao final do ano".

A obra foi adjudicada por 3.497.037,77 euros e tem com objetivo a abertura e aprofundamento dos canais da zona inferior da lagoa.

Durante a visita dos deputados, Manuela Matos assegurou que a execução dos trabalhos está a ser discutida com as duas autarquias ribeirinhas das Caldas da Rainha e Óbidos, para que "as dragagens não interfiram com a época de veraneio", na praia da Foz do Arelho.

O assoreamento é um dos principais problemas da lagoa, onde recorrentemente é necessário intervir para repor a ligação ao mar, sem a qual fica em risco o uso balneário e a pesca de bivalves a que se dedicam cerca de uma centena de pescadores dos dois concelhos.

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