"Nós recebemos apoio tanto técnico quanto material, numa ocorrência tão trágica quanto esta, estamos a trabalhar em conserto com a região (Austral de África) e com a nossa polícia internacional", afirmou Basílio Monteiro, em resposta a perguntas dos jornalistas sobre um eventual pedido de apoio internacional para a investigação do crime e captura dos autores.

"Nós solicitamos apoio de todos os quadrantes da sociedade nacional e todos os parceiros internacionais", declarou Basílio, durante uma conferência de imprensa realizada em Maputo, para um ponto de situação sobre as investigações em torno do assassinato do jurista.

Questionado se a investigação segue a pista de três negros e um branco apontados pela polícia da cidade de Maputo como os autores do homicídio, o ministro do Interior declarou que estão a ser valorizadas todas as informações, incluindo novos dados que vão aparecendo no decurso da investigação.

"Temos estado a contar com informações de todo o tipo, nós valorizamos todas as informações, não afunilamos a nossa perseguição apenas à informação inicial. Aquelas foram as iniciais, com o decorrer do tempo estamos a receber outras informações", afirmou Basílio Monteiro.

Em relação a críticas dirigidas à polícia de que não isolou o local do crime para proteger as provas, Monteiro afirmou que o contacto de populares com o local da ocorrência deveu-se à necessidade de socorrer a vítima, porque ainda estava viva após o baleamento.

"O que é facto é que o Professor estava em vida e não se devia impedir a ação de socorro, se se desse por morto, havia espaço para se preservar o local do crime", afirmou o ministro do Interior.

Considerando o homicídio como um desafio à autoridade da polícia, Basílio Monteiro apontou que as autoridades estão empenhadas na identificação e responsabilização dos autores do homicídio.

"Queremos assegurar que jamais descansaremos, custe o que custar, teremos de encontrar os autores desse crime (?). Transmitimos instruções pontuais à polícia para conduzir uma ação de investigação serena e muito profissional de forma a neutralizar os autores deste bárbaro crime", enfatizou Basílio Monteiro.

Cistac, moçambicano de origem francesa, foi assassinado a tiro na terça-feira de manhã por desconhecidos, à saída de um café no centro de Maputo.

O constitucionalista, conhecido por defender argumentos jurídicos desfavoráveis à Frelimo (Frente de Libertação de Moçambique) foi transportado ainda com vida para o Hospital Central de Maputo, onde acabou por morrer por volta das 13:00.

PMA // PJA

Lusa/Fim