"O civismo das pessoas melhorou muito. As pessoas já não deitam o lixo nas praias, já procuram, até, reciclar o lixo que fazem, deixaram de enterrar as beatas na areia das praias", disse Paulo Lemos na cerimónia do hastear da primeira Bandeira Azul de 2015, na praia da Califórnia, em Sesimbra.

O secretário de Estado do Ambiente salientou, também, a melhoria da segurança dentro de água, lembrando que, há uns anos, Portugal tinha 59 mortos nas praias durante a época balnear, enquanto no ano passado registou apenas quatro mortos.

"Isso deve-se a um trabalho de prevenção que foi feito, à melhoria dos meios de fiscalização, dos meios de combate a este tipo de situação, mas também ao facto de haver mais civismo por parte das pessoas, que acolhem de maneira mais cívica as orientações que lhe são dadas e têm mais cuidado no uso do mar", justificou.

Paulo Lemos destacou a importância das políticas de requalificação das praias, por tarde do Estado e das autarquias, bem como o trabalho de sensibilização ambiental que tem sido desenvolvido pelas escolas e pela Associação da Bandeira Azul da Europa (ABAE), acrescentando que a valorização das praias portuguesas é boa para a economia e para a atratividade do País.

O presidente da ABAE, José Archer, lembrou que a praia da Califórnia foi uma das primeiras 37 praias portuguesas a receber a bandeira azul há cerca de 30 anos, mas sublinhou que a praia sesimbrense é hoje muito melhor do que era naquela altura.

"É outra Califórnia, não tem nada a ver. Os apoios de praia não tinham nada a ver com os que existem hoje, não havia ETAR (Estação de Tratamento de Águas Residuais), as infraestruturas não estavam cá, os acessos eram péssimos, a segurança era muito menor do que é hoje em dia", disse.

"Em 1987, o panorama de uma praia destas ao fim do dia era assustador. Praticamente não tínhamos areia à vista, era quase só lixo e pouco mais. E agora é o contrário. Essa é que é a grande mudança: o comportamento que as pessoas passaram a ter - associado a todas as infraestruturas e às condições que as praias têm hoje - muito mais cívico, mais sustentável que as pessoas têm", acrescentou.

Em termos futuros, José Archer disse que o objetivo é ter 100% das praias balneares com bandeira azul, mas lembrou que Portugal já tem 50% de praias com bandeira azul (60% das praias nas zonas costeiras) e mostrou-se convicto de que no próximo haverá mais algumas praias a merecerem a atribuição da bandeira azul.

Este ano, a ABAE atribuiu a bandeira azul a 299 praias, um número muito superior ao que se verificou no primeiro ano em que o galardão foi atribuído a nível nacional, em 1987, em que foram distinguidas apenas 37 praias portuguesas.

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