"Vem aí uma transição muito importante, até por causa do momento, que é difícil na empresa, uma hora em que a minha responsabilidade não cessa. Tenho que continuar a fazer essa transição sem dúvida nenhuma", afirmou Fernando Pinto, à margem do almoço comemorativo do 65.º aniversário da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo (APAVT), em Lisboa.

Depois da conclusão do processo de privatização, o presidente da TAP fica se "sentir que vai ser útil" e "se sentir que querem que continue", referindo-se aos novos donos da TAP, os empresários Humberto Pedrosa e David Neeleman.

Em entrevista ao Diário Económico na segunda-feira, Humberto Pedrosa, dono da Barraqueiro, disse que a decisão será de Fernando Pinto: "Da nossa parte temos todo o gosto em mantê-lo connosco".

"Depois, sou sincero, se sentir que vai ser útil para a empresa continuar mais um pouco e se sentir que querem que continue, tenho abertura para isso, mas é importante que saibamos o momento de sair", declarou hoje Fernando Pinto.

O presidente da TAP adiantou que a administração da transportadora está a trabalhar com o consórcio vencedor da privatização para delinear um plano de reajustamento para a companhia aérea, que pode implicar menos "ações" do que o previsto, antes da decisão do Governo.

"Determinadas ações que eram importantíssimas ser feitas antes, podem já não ter que ser feitas", disse, referindo que "existe já uma confiança um pouco maior do sistema financeiro, que vê que a empresa está a entrar no processo normal pós privatização".

Em declarações aos jornalistas, o gestor avançou que estão a ser analisadas as rotas "sem retorno", adiantando que a maioria tinha sido lançada há pouco tempo e, por isso, só no médio prazo começariam a dar retorno.

"Se tivermos fôlego, podemos reduzir esse corte que era preciso fazer", acrescentou.

No almoço da APAVT, Fernando Pinto adiantou que a TAP vai contratar durante três meses a empresa de consultoria que assessorou o dono da Azul, David Neeleman, na corrida à TAP, a Seabury, especialista em aviação comercial.

A 11 de junho, o Governo aprovou a venda de 61% do capital social da TAP ao consórcio Gateway, do empresário norte-americano David Neeleman e do empresário português Humberto Pedrosa - um dos dois finalistas do processo de privatização da transportadora aérea portuguesa, sendo Germán Efromovich o candidato preterido.

Na semana passada, o Governo e o consórcio Gateway assinaram o contrato de compra e venda de 61% do grupo TAP.

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