Um funcionário do posto de controlo de tráfego ferroviário de Bad Aibling, estância termal no sul do país, desativou o sistema automático de sinalização, afirmou a rede RedaktionsNetzwerk Deutschand (RND), que agrupa 30 jornais regionais, citando "fontes próximas do inquérito".

A agência noticiosa alemã DPA, que citou uma "fonte segura", afirmou também que o acidente se deveu a um "erro humano", mas precisou ainda não ter sido determinada a pessoa ou pessoas implicadas.

Contactada pela agência noticiosa France Presse, a direção regional da polícia escusou-se a fazer qualquer comentário.

O acidente ocorreu cerca das 07:00 (06:00 em Lisboa) na linha que liga Rosenheim a Holzkirchen, entre dois comboios regionais. O choque causou dez mortos, 18 feridos graves e 63 ligeiros.

De acordo com o ministro dos Transportes alemão, Alexander Dobrindt, as pistas do "problema técnico" ou do erro humano estão "a ser estudadas", mas a segurança naquela via férrea era "garantida pelo sistema PZB 90" que "força a travagem dos comboios" para evitar qualquer colisão.

A RND indicou que a sinalização automática foi desativada "para deixar passar um comboio atrasado", ou seja, a primeira composição implicada no acidente, numa zona em que a via é única até ao ponto onde os carris se separam novamente para formar duas vias.

O segundo comboio entrou manualmente na mesma via em sentido inverso, "apesar do sinal estar vermelho", antes de o primeiro comboio ter atingido a zona de separação das vias, disse a RND.

Markus Hecht, um especialista em transportes ferroviários questionado pelo jornal Bild, indicou que esta manobra "tem como efeito desativar a travagem de emergência" do sistema PZB 90, usado na Alemanha desde um acidente idêntico em 2011.

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