Lloyds de Horta Osório já devolveu toda a ajuda aos contribuintes britânicos

O Governo voltou a reduzir a participação no Lloyds e já recuperou todas as 20,3 mil milhões de libras que injetou em 2009. Ainda tem 1,4% do capital para vender. Daqui para a frente, é lucro.

“Este é um momento de grande orgulho para nós aqui no Lloyds”, disse António Horta Osório.Simon Dawson/Bloomberg

O Tesouro britânico já recuperou a totalidade das 20,3 mil milhões libras (cerca de 23,3 mil milhões de euros) que injetou no Lloyds Bank em 2009, altura em que ficou com 43,4% do banco. O anúncio foi feito esta sexta-feira depois de vender mais 1,55% do capital do banco liderado por Horta Osório. Tudo o que for obtido com a venda da restante posição será lucro para os contribuintes britânicos.

O Tesouro ainda fica com 1,4% para vender. Mas, daqui para a frente, é lucro: desde que começou a vender a sua posição em 2013 que os contribuintes britânicos já recuperaram 20,4 mil milhões de libras — ou seja, e para já, 100 milhões de euros a mais. Num comunicado, o Tesouro confirma que, dependendo das condições do mercado, o Governo deverá sair completamente do capital do banco “nos próximos meses”.

“Recuperar todo o dinheiro que os contribuintes injetaram no Lloyds é um marco significativo no nosso plano de construir uma economia que funcione para toda a gente”, disse o chanceler Philip Hammond, responsável máximo do Tesouro, em Washington. “Foi correto ajudar durante a crise financeira, mas o Governo não deve estar no negócio de controlar os bancos no longo prazo. O sítio certo para eles é no setor privado e tenho satisfação em dizer que nos aproximamos do ponto em que vendemos as nossas últimas ações no Lloyds”, acrescentou.

“Com o anúncio de que o Governo já recebeu a totalidade das 20,3 mil milhões de libras que originalmente pôs no grupo, este é um momento de grande orgulho para nós aqui no Lloyds”, disse, por sua vez, o presidente executivo António Horta Osório, em reação à notícia. “Mantemo-nos absolutamente focados no nosso compromisso de ajudar a Grã-Bretanha a prosperar.”

O Estado britânico tem vindo a reduzir gradualmente a sua participação no capital da instituição liderada por Horta Osório desde 2013. A 13 de dezembro de 2016, detinha apenas 6,93% do capital. Em janeiro, essa posição diminuiu para 5,95%. A 15 de março, o Tesouro anunciou que já tinha recuperado 19,5 mil milhões de libras, participando em apenas 2,95% do capital do Lloyds.

Mantemo-nos absolutamente focados no nosso compromisso de ajudar a Grã-Bretanha a prosperar.

António Horta Osório

Presidente executivo do Lloyds Bank

Recorde-se que em fevereiro, a instituição apresentou lucros de 973 milhões de libras, ou cerca de 1,15 mil milhões de euros. O valor, apesar de abaixo das estimativas dos analistas, compara com os prejuízos de 507 milhões de libras registados um ano antes.

Com os resultados, o banco propôs um aumento do dividendo pago aos acionistas de 3,05 pence por ação (2,55 pence mais um dividendo extraordinário de 0,5 pence), um aumento de 13%. Com a notícia, as ações do Lloyds dispararam mais de 4% para 69,76 pence, máximos de oito meses. Hoje, as ações do Lloyds negoceiam abaixo desse valor, com os títulos a valerem 64,37 pence.

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