Cortes no IRS do PS e Governo, descubra as diferenças no seu bolso

Proposta do PS dá o dobro a salários entre 1.500 e 2.000 euros, face à poupança anual com a medida do Governo, mas tira até 400 euros a um agregado que ganhe 3.000 euros brutos por mês.

O Governo apresentou uma proposta de redução do IRS para todos os escalões, com a exceção do último, que iria beneficiar principalmente as famílias de classe média, nomeadamente do sexto escalão para cima. O PS avançou com uma proposta própria, que até o Chega admite viabilizar, que concentra a redução de IRS nos escalões mais baixos. Segundo as simulações elaboradas pela EY para o ECO, a proposta do PS dá o dobro da poupança anual a salários de 1.500 e 2.000 euros brutos, mas tira até 400 euros a agregados com salário de 3.000 brutos.

A proposta do Governo reduz as taxas de todos os escalões até ao oitavo, pelo que as famílias com rendimentos mais elevados beneficiam também devido à progressividade do imposto. Já a proposta do PS — que custaria o mesmo — desce as taxas até ao sétimo escalão, com uma redução mais pronunciada do que a proposta do Governo do 2º ao 4º escalão e menos expressiva nos restantes.

As simulações mostram que para um contribuinte solteiro que recebe um salário mensal bruto de 1.500 euros, a poupança anual que teria com a proposta do Governo é de 65,22 euros. Já a proposta do PS adiciona mais 65 euros, ou seja, é o dobro. O benefício total seria de 130 euros anuais. Já para os casados com dois titulares, quer tivessem um ou dois filhos, os ganhos anuais com a medida do Governo eram 130 euros, ao que a proposta do PS acrescenta mais 131 euros. Assim, a poupança total adicional com a proposta do PS é de cerca de 261 euros.

O mesmo acontece nos salários de 2.000 euros por mês. Um solteiro pode contar com uma poupança de 106,66 euros com a medida do Governo, que sobe em 106,99 euros com a do PS. A proposta socialista dá assim o dobro do benefício anual que a do Executivo. Para casados, o benefício de 213,32 euros duplica, pelo que a poupança total atinge os 427,43 euros.

O caso muda de figura quando se olha para os contribuintes que recebem 3.000 euros por mês. No caso de um contribuinte solteiro, a poupança com a proposta do Governo (face às taxas atualmente em vigor no Orçamento do Estado para 2024) é de 438,06 euros. Mas com a proposta do PS esse benefício é reduzido em 207,55 euros, totalizando apenas 230,5 euros anuais.

Já para os contribuintes casados (com dois titulares), o benefício anual de 876,11 euros que obtêm com a proposta do Executivo é cortado quase para metade com a formulação socialista. São menos 415,10 euros do que na proposta de Montenegro, o que resulta numa poupança anual de 461 euros.

As propostas dos partidos sobre o IRS já foram alvo de debate no plenário. Na quarta-feira, foram aprovadas na generalidade as propostas do PS, Bloco e PCP, enquanto as do Governo, Chega e Iniciativa Liberal não chegaram a ser votadas. Vão agora todas ser discutidas na especialidade, na Comissão de Orçamento e Finanças, onde podem ser calibradas. Depois da aprovação na especialidade, terão de ir novamente ao plenário para a votação final global.

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