CEO da Vodafone: negócio Media Capital-Altice “está chumbado”

  • ECO
  • 18 Novembro 2017

Mário Vaz argumenta que a decisão da ERC é "válida e vinculativa" e, por isso, a compra da Media Capital pela Altice "está chumbada". O CEO da Vodafone alerta para semelhanças com a Operação Marquês.

Mário Vaz, presidente executivo da Vodafone,Paula Nunes / ECO

O presidente executivo da Vodafone acompanha as acusações feitas por Paulo Azevedo, da Sonae, relativamente à operação entre a Media Capital e a Altice. Mário Vaz admite que existem semelhanças com a Operação Marquês, mas que a operação já “está chumbada”, afirmou este sábado em entrevista ao Dinheiro Vivo e à TSF. Isto porque na sua opinião a decisão da ERC devia ser considerada, apesar de o presidente da entidade ter impedido o consenso sobre o negócio. A decisão está agora nas mãos da Autoridade da Concorrência.

“A posição da Vodafone é conhecida: é mau para o país porque é mau para o setor das telecomunicações, é mau para a democracia, é mau para a pluralidade dos órgãos de informação”, sintetiza o CEO da Vodafone, referindo-se à aquisição da Media Capital pela Altice, dona da Meo. Mário Vaz vai mais longe, fazendo uma comparação com a Operação Marquês, considerando que este negócio atinge a pluralidade, a concorrência e a democracia. No final de outubro, Paulo Azevedo, presidente da Sonae, tinha considera que esta operação criava “condições” para uma nova Operação Marquês, mas “dez vezes maior”.

Mário Vaz considera que “a decisão [sobre a operação] existe, está tomada, é válida e tem caráter vinculativo (…) está chumbada“, recorrendo ao parecer da Anacom, mas também ao que se passou na ERC. “Do ponto de vista legislativo, a verdade é que uma decisão qualificada de maioria é aquela que é exigida para a ERC, os três membros em exercício estiveram na reunião e dois deles votaram contra a aquisição. Para nós esta decisão é válida”, argumenta, rejeitando a ideia de unanimidade. Em causa esteve a posição do presidente da Entidade Reguladora para a Comunicação que não permitiu unanimidade na decisão.

A decisão passou para as mãos da Autoridade da Concorrência, mas, mesmo assim, o CEO da Vodafone está convicto: “Estou plenamente confiante, pelas duas decisões já tomadas, que não tem outro caminho senão subscrever a decisão dos dois anteriores órgãos”. No entanto, admite que não ficaria surpreso caso haja uma decisão contrária. Mas alerta que os “efeitos [da operação] são muito nefastos”. “É muito perigoso porque significaria que os clientes deixariam de ter liberdade de escolha”, conclui.

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