BCP passa de prejuízo a lucros de 89,9 milhões

O banco liderado por Nuno Amado terminou o semestre com lucros de 89,9 milhões de euros.

O Banco Comercial Português fechou os primeiros seis meses do ano com um resultado líquido de 89,9 milhões de euros, valor que compara com os prejuízos de 197,3 milhões de euros registados em igual período do ano anterior.

Este valor supera as estimativas dos analistas do CaixaBI que apontavam para lucros de quase 73 milhões de euros.

Em comunicado enviado esta quinta-feira, após o fecho do mercado, à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), o BCP explica que “o resultado core ascendeu a 558,6 milhões de euros no primeiro semestre de 2017, aumentando 27,8% face aos 437,1 milhões de euros apurados no primeiro semestre do ano anterior, devido não só ao crescimento de 12,9% da margem financeira e de 3,1% das comissões líquidas como também à redução de 7% dos custos operacionais”.

O banco liderado por Nuno Amado adianta ainda que a evolução do resultado core “beneficiou do desempenho quer da atividade em Portugal, quer da atividade internacional, traduzindo-se na melhoria da eficiência operativa”.

Numa análise mais atenta, pode ver-se que a margem financeira cresceu 12,9% para 678,5 milhões de euros, beneficiando do contributo quer da atividade internacional, quer da atividade em Portugal. A margem financeira em Portugal cresceu 9% para os 390,2 milhões de euros.

As comissões líquidas ultrapassaram os 330,3 milhões de euros no primeiro semestre, um crescimento de 3,1% face ao período homólogo, beneficiando da atividade internacional, especialmente da subsidiária na Polónia.

Já os outros proveitos de exploração foram negativos em 86,6 milhões de euros, uma melhoria de 1,6% face ao igual período do ano anterior.

Tudo somado, resultou num produto bancário de 1.048 milhões de euros, o que significa um decréscimo de 1%.

Em termos de custos houve um desagravamento, com as rubricas “custos com pessoal” e “gastos administrativos” a recuarem, o que implicou uma queda dos custos operacionais de 7% para os 450,2 milhões de euros.

Já os resultados operacionais antes de imparidades subiram 4% para os 598,6 milhões de euros.

Ao nível das imparidades de crédito estas pioraram 50,7% para os 305 milhões de euros. O BCP diz que este valor reflete “uma tendência nos sentido da normalização do custo do risco na atividade em Portugal que favoreceu a melhoria do custo do risco do grupo, de 234 pontos base no primeiro semestre de 2016 para 118 pontos base em igual período de 2017”.

Em termos de rácios de capital, o Common Equity Tier 1, que mede o peso do melhor capital na instituição, foi de 11,3% a 30 de junho de 2017, face a 9,7% em 30 de junho de 2016.

O BCP adianta que “este reforço dos níveis de capital foi determinado maioritariamente pela melhoria do CET1, que incorporou os aumentos de capital realizados no quarto trimestre de 2016 e no primeiro trimestre de 2017, apesar destes terem sido parcialmente aplicados no reembolso do remanescente dos CoCo’s, por um lado, e os resultados líquidos positivos gerados e os contributos favoráveis das reservas de justo valor e das reservas cambiais neste período, por outro, não obstante um maior nível de deduções associadas a impostos diferidos ativos e ao gap de expected loss, para além dos efeitos de phase-in que afetaram adicionalmente o rácio calculado nesta base”.

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