Afinal, pernil que Maduro reclama está retido na Colômbia

  • ECO e Lusa
  • 29 Dezembro 2017

Mais de duas mil toneladas de pernil estão retidas na Colômbia. Os venezuelanos estão nas ruas a protestar contra o Governo de Maduro, que acusou Portugal de sabotar o Natal.

Depois de Nicolás Maduro ter acusado Portugal de sabotar a importação de pernil e de Augusto S antos Silva ter garantido que o Governo não tem poder para interferir na matéria, o mistério desfaz-se. Afinal, o alimento natalício está retido na Colômbia. Segundo avançou o ministro venezuelano da Agricultura Urbana, na sua conta do Twitter, há 2.200 toneladas de pernil no país comandado por Juan Manuel Santos à espera de um pagamento que não chega, porque as contas estão congeladas. Mesmo perante a atribuição das culpas deste incidente a Portugal pelo Presidente venezuelano, a comunidade emigrante portuguesa não sentiu represálias.

De acordo com Freddy Bernal, “o Governo colombiano mantém há sete dias os pernis retidos na fronteira de Paraguachón”, entre La Guajira e o estado venezuelano de Zulia. Numa outra mensagem, o ministro adiantou que “60% do pernil que até agora foi distribuído foi graças à compra feita aos produtores nacionais”.

Em Portugal, a empresa agroalimentar Raporal — contratada pela Agrovarius, cujo presidente do conselho de administração é Mário Lino, para fornecer pernil à Venezuela — garantiu que a Venezuela deve cerca de 40 milhões de euros (destes, 6,9 milhões à própria) aos fornecedores lusitanos.

Protestos sim, represálias não

Este incidente tem levado às ruas venezuelanos em protesto contra o Governo pelo incumprimento da promessa de distribuir pernil de porco na época do Natal. Os cidadãos reclamam que também não terão aquele e outros produtos (como combustível) no fim de ano.

Ainda que agitados, os venezuelanos não tem infligido represálias na comunidade emigrante portuguesa. Fonte diplomática garantiu ao Diário de Notícias que esse grupo é constituído por 400 mil pessoas (entre nascidos em Portugal e lusodescendentes), mas tem tendido a diminuir com a crise política e económica vivida na Venezuela.

O Governo português já se distanciou de qualquer participação neste caso. “Não há interferência do Governo português nesta matéria”, adiantou Augusto Santos Silva, considerando este um “problema comercial” e não diplomático.

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