De acordo com o relatório 'Perspetivas económicas em África 2015' (African Economic Outlook, no original em inglês), hoje, divulgado, "o crescimento económico deve melhorar neste e no próximo ano para mais de 3%, apoiado no bom desempenho do setor do turismo, retoma no crescimento do crédito privado, diversificação para áreas como a agricultura e as pescas, um aumento na produtividade e uma retoma modesta da zona euro".

O documento, divulgado hoje pelo BAD na sua 50.ª reunião na capital da Costa do Marfim, Abidjan, acrescenta que o crescimento de 2% registado no ano passado e os valores deste ano mostram que "a recuperação económica continua ainda incipiente devido às fraquezas na economia mundial e nacional, mas o turismo, os investimentos estrangeiros relacionados com este setor e a construção continuam a ser motores para o crescimento da economia de Cabo Verde.

Nas 14 páginas do relatório dedicadas especificamente ao país, lê-se que a dívida pública aumentou para os 107% do PIB no final do ano passado, o que representa uma subida de 50 pontos percentuais desde 2008, e alerta-se que "apesar de o financiamento através de dívida pública ter sido principalmente concessional [empréstimos com taxas de juro muito abaixo das praticadas no mercado], existem riscos para a sustentabilidade da dívida se o progresso na consolidação orçamental emperrar".

Assim, "por causa da capacidade reduzida do país em contrair empréstimos, tornou-se crítico aumentar a mobilização da receita fiscal para garantir a estabilidade macroeconómica", concluem os peritos do BAD.

As economias africanas deverão abrandar o crescimento, este ano, para 4,5% e poderão acelerar para 5% no próximo ano, prevê o BAD.

"Apesar da crise financeira global, as economias africanas crescerão 4.5% em 2015 e poderão atingir 5% em 2016, ultrapassando a maioria das regiões e convergindo com as atuais taxas de crescimento na Ásia; no entanto, a queda dos preços do petróleo e das matérias-primas, as consequências do surto de Ébola na África Ocidental e as incertezas políticas internas poderão atrasar o esperado retorno a níveis de crescimento similares aos verificados antes de 2008", lê-se no African Economic Outlook.

O documento prevê que a população africana triplique até 2050, argumentando que, por isso, "a modernização das economias locais será crucial para aumentar a competitividade do continente e melhorar as condições de vida da sua população".

MBA // VM

Lusa/Fim