A edição "online" do jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung noticiou que foi posto a circular um documento do ministério das Finanças alemão que propõe dois caminhos para ultrapassar a atual situação, sendo um deles uma saída ordenada e temporária da Grécia da zona euro, por cinco anos, acompanhada de ajuda humanitária, e o outro a venda de património do Estado num valor de cerca de 50 mil milhões de euros.

Fontes europeias confirmaram à Lusa a existência de tal documento, mas apontaram que o mesmo, redigido em inglês, "surgiu" entre os vários documentos que estão a circular, mas não está sequer identificado, não tendo sido assumido por ninguém, nem tão pouco discutido.

As mesmas fontes indicaram que, ao longo das cerca de quatro horas que já leva a reunião do Eurogrupo (iniciada às 15:30 locais, 14:30 em Lisboa), vários países já consideraram insuficientes as reformas propostas pelo governo grego, sendo que o maior obstáculo a um acordo reside no facto de diferentes delegações reclamarem diferentes compromissos à Grécia, pelo que um acordo em torno das reformas que Atenas deve implementar para receber um terceiro programa de ajuda está distante.

Este fim-de-semana foi apontado por diversos líderes europeus como "absolutamente decisivo" para a crise grega e a situação da Grécia no espaço monetário único, estando previstas para domingo, na sequência das discussões de hoje ao nível de ministros das Finanças da zona euro, cimeiras de chefes de Estado e de Governo da zona euro, primeiro, e da União Europeia, de seguida, para lidar com dois possíveis cenários: ou um acordo em torno de um terceiro "resgate" à Grécia, ou a saída da Grécia da zona euro.

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