"Ninguém é condenado ao subdesenvolvimento. O subdesenvolvimento não é uma doença crónica. Todos nós vamos chegar ao desenvolvimento", disse, em entrevista à Lusa, o embaixador angolano Téte António em Nova Iorque.

Em 2014, um estudo em conjunto do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Centro de Desenvolvimento da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) e do Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas (PNUD), estimava um crescimento económico de Angola na ordem dos 8,8 por cento em 2015.

Contudo, a quebra das receitas petrolíferas tem afetado a situação económica no país, devido à baixa de preço do crude no mercado internacional.

A economia angolana pode crescer menos de metade do que o previsto para este ano. Em julho, o Banco Nacional de Angola já havia ajustado a sua previsão para um incremento de 4,4 por cento.

O representante da UA defende que o país deve diversificar a sua economia, mas é preciso "dar tempo ao tempo".

"Não são com dez anos de paz que (Angola) terá uma indústria. Não é em pouco tempo que se poderá ter a diversificação da economia. Creio que as autoridades angolanas estão cientes disso", analisou.

Téte António prevê que a dependência do país em relação ao petróleo deverá reduzir-se nas próximas décadas.

Além disso, o diplomata defende que é necessário corrigir as heranças históricas do colonialismo.

"Todos os dirigentes africanos estão cientes de que é preciso diversificar as economias. Nós tivemos séculos de monocultura. Continuam os resquícios do colonialismo, não podemos negar que o legado colonial ainda tem um grande peso nos nossos países", disse.

FOS // PJA

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